Internacional

Guerra destruiu mais de 1.300 escolas na Ucrânia, pondo em risco educação de 6,7 milhões de crianças, diz Unicef

Com a pandemia seguida pela invasão russa, alguns ucranianos enfrentaram quatro anos letivos consecutivos de interrupções até voltarem às aulas esta semana

Agência O Globo - 29/08/2023
Guerra destruiu mais de 1.300 escolas na Ucrânia, pondo em risco educação de 6,7 milhões de crianças, diz Unicef

Mais de 1.300 escolas foram totalmente destruídas em áreas controladas pelo governo da Ucrânia desde a invasão russa em 2022, e outras foram seriamente danificadas, informou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), nesta terça-feira, alertando que os ataques contínuos e o baixo nível de matrículas nos países de acolhimento põem em risco a educação dos 6,7 milhões de crianças e adolescentes ucranianos em idade escolar.

“Na Ucrânia, os ataques às escolas continuam, deixando as crianças profundamente angustiadas e privadas de locais seguros para aprender”, afirma Regina de Dominicis, diretora regional do Unicef para a Europa e Ásia Central. “Isso não só deixou as crianças da Ucrânia com dificuldades em progredir na sua educação, mas também a não esquecerem o que aprenderam quando as suas escolas funcionavam normalmente.”

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De acordo com os dados mais recentes, até 57% dos professores relataram uma deterioração nas competências linguísticas dos alunos, 45% nas competências matemáticas e 52% nas competências em línguas estrangeiras. O levantamento também mostra que apenas um terço dos estudantes ucranianos conseguiram prosseguir com os estudos de forma 100% presencial, um terço de maneira híbrida e o restante foi forçado a fazê-lo de forma remota.

A guerra se seguiu ao hiato de dois anos causado pela pandemia de Covid-19, o que significa que algumas crianças ucranianas estavam enfrentando um quarto ano letivo consecutivo de interrupções quando voltaram às aulas esta semana após as férias de verão, acrescenta o Unicef.

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As crianças ucranianas que fugiram do país também são afetadas pela guerra, afirma o Unicef. Mais de metade delas não está matriculada no sistema escolar do país de acolhida, devido à barreira linguística, às dificuldades de transporte e à falta de espaço nas escolas locais, alerta a agência.

Diante da situação, algumas famílias tentam fazer com que os seus filhos acompanhem as aulas à distância, mas "algumas crianças refugiadas podem ter abandonado completamente os estudos", afirma a agência da ONU.

"Em tempos de crise ou de guerra, as escolas significam muito mais do que um local de ensino", sublinha Dominicis. “[Elas] podem proporcionar às crianças, que já enfrentam perdas, deslocamentos e violência, uma sensação de rotina e segurança, a oportunidade de fazer amigos e receber ajuda de professores.”

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A escola também pode melhorar a alimentação, facilitar o acesso a vacinas e fornecer outras ajudas, acrescenta.

A agência trabalha com parceiros locais e internacionais, tanto na Ucrânia como nos países de acolhida, para melhorar o acesso à educação por meio da renovação de escolas e da organização de aulas de reforço. O objetivo é ajudar, no próximo ano letivo, 300 mil crianças ucranianas que correm o risco de perder conhecimento adquirido. (Com AFP)