Internacional
Professora incentiva estudantes a agredirem colega de classe muçulmano na Índia
Professora da Escola Pública de Neha teria ordenado os ataques porque o aluno 'não lembrou a tabuada'; a polícia indiana investiga o caso
Uma professora do distrito de Muzaffarnagar, no norte de Uttar Pradesh, na Índia, está sendo investigada pela polícia indiana após um vídeo que viralizou na internet mostrá-la incentivando seus alunos a agredirem um colega de classe, um menino muçulmano de sete anos. O caso gerou indignação generalizada no país.
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Nas imagens, divulgadas pela CNN News, o menino aparece parado, de pé e com medo, diante de seus colegas. Ao fundo, é possível ver a professora sentada em uma mesa, incentivando os tapas.
O menino chora enquanto seus colegas se revezam para esbofeteá-lo. Ele leva três tapas: um na bochecha, um na testa e um na cintura — à pedido da professora, segundo afirmou o jornal americano, porque a bochecha já estava ficando vermelha.
Ainda durante a gravação é possível ouvir a professora dizer aos alunos para fazerem isso "corretamente" e um homem rindo enquanto o menino chora.
O superintendente da polícia de Muzaffarnagar, Satyanarayan Prajapat, disse na sexta-feira que a professora ordenou aos alunos que batessem no menino "por não se lembrar da tabuada". A professora da Escola Pública de Neha também fez referência à religião do menino, segundo Prajapat.
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— A professora declarou: "Quando as mães dos alunos muçulmanos [aqueles que seguem o Islã] não prestam atenção aos estudos dos seus filhos, o seu desempenho é arruinado" — disse o superintendente à CNN.
A polícia do distrito registrou um caso contra a professora e uma investigação está em andamento. A professora não foi formalmente acusada. As autoridades distritais também ordenaram o fechamento da escola, de acordo com uma afiliada do jornal americano.
A professora alegou que o pai da vítima lhe pediu para castigar a criança, acrescentando que ela não pôde fazê-lo porque é deficiente e, por isso, disse aos outros alunos para o disciplinarem.
— O pai dele trouxe a criança e disse para "endireitá-la". Agora, como não consigo me levantar, pensei em pedir a uma ou duas crianças que batessem nele — disse ela.
À CNN, o pai do menino disse que a criança se sentiu "inquieta e assustada" após o caso de quinta-feira. Ele disse ainda que, embora o filho esteja muito melhor agora, ele "não consegue mais dormir cedo e ficou em estado de choque" depois do ocorrido.
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O pai contou ao jornal também que seu filho foi admitido em outra escola e que seu primeiro dia de aula ocorreu nesta segunda-feira, depois que a escola foi ordenada a fechar.
Uma Índia polarizada
As imagens causaram raiva e perturbação generalizadas na Índia, a maior democracia do mundo, com 1,4 bilhões de habitantes. No país, as políticas nacionalistas hindus do Partido Bharatiya Janata (BJP), atualmente no poder, aprofundaram as tensões comunitárias do país e criaram o que grupos de direitos humanos e críticos do governo dizem ser uma atmosfera de medo e alienação entre grupos minoritários.
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O proeminente político da oposição Rahul Gandhi acusou a professora de "semear o veneno da discriminação nas mentes de crianças inocentes". Na rede X (antigo Twitter), Gandhi disse: "Transformar um lugar sagrado como a escola num mercado de ódio — não há nada pior do que isso que um professor possa fazer pelo país".
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