Internacional
Análise genética feita por autoridades russas confirma a morte de Prigojin, líder do Grupo Wagner
Identidades das dez vítimas cujos corpos foram encontrados correspondem à lista de passageiros e tripulantes do avião
A morte de Yevgeny Prigojin, líder do grupo paramilitar russo Wagner, cujo avião caiu na última quarta-feira, foi confirmada oficialmente por análise genética neste domingo, informou o Comitê de Investigação Russo.
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Depois de realizar uma “análise genética molecular”, foi estabelecido que as identidades das dez vítimas cujos corpos foram encontrados “correspondem à lista” de passageiros e tripulantes do avião, incluindo Prigojin.
O avião particular em que Prigojin e seus paramilitares mais próximos viajavam caiu ao noroeste de Moscou na tarde de quarta-feira, dando origem a múltiplas especulações sobre se o governo russo poderia ter planejado o incidente . Nos Estados Unidos, França, Alemanha e Ucrânia, diversas autoridades especularam que o Kremlin pode ter sido o responsável pelo acidente.
Autoridades americanas e de outros países ocidentais afirmam que as informações preliminares sugerem que uma explosão derrubou o avião, matando todas as 10 pessoas a bordo. A explosão pode ter sido causada por uma bomba ou outro dispositivo colocado na aeronave, embora outras teorias, como combustível adulterado, também estejam sendo exploradas, disseram as autoridades, que falaram sob condição de anonimato com o New York Times para discutir o assunto.
As análises são feitas com os dados disponíveis no momento, ainda sem uma conclusão definitiva sobre o que provocou o incidente no movimentado corredor aéreo entre Moscou e São Petersburgo.
De acordo com o jornal americano, a explosão pode ter sido causada por uma bomba ou outro dispositivo explosivo colocado dentro da aeronave, mas também há outras especulações, como combustível adulterado. Conforme a publicação, o governo dos EUA também não detectou via satélite o lançamento de nenhum míssil ou armamento que possa ter derrubado o avião.
Futuro incerto
Ex-amigo pessoal do presidente Vladimir Putin, o líder do Wagner foi chamado de "traidor" após uma tentativa frustrada de motim, em junho. Graças a um acordo supostamente mediado pelo presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, Prigojin ganhou um salvo-conduto para o país vizinho, enquanto os demais paramilitares, que não se envolveram com a rebelião, receberiam uma opção de serem integrados às forças russas. Nunca foi esclarecido o que aconteceria com aqueles que negassem essa alternativa.
Com a morte de Prigojin e de outros integrantes da cadeia de comando do Wagner, incluindo seu principal sócio, Dmitri Utkin, o futuro do grupo ficou ainda mais nebuloso. Na sexta-feira, o Kremlin negou, oficialmente, que o Wagner existisse enquanto Companhia Militar Privada (PMC, na sigla em inglês para se referir a empresas do gênero).
— Lembremos que, de jure [legalmente], não existe uma empresa como a Companhia Militar Privada Wagner. Na verdade, existe o Grupo Wagner que, como o presidente [Putin] disse repetidamente, contribuiu muito para o sucesso da operação militar especial — disse Dmitry Peskov, principal porta-voz de Putin, de acordo com registro da agência Tass. — Quanto ao seu futuro, não posso dizer nada neste momento, não sei.
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