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Policial acusado de estupro tinha contato e detalhes de mais de 750 mulheres em seu celular na Inglaterra

Adam Provan, de 44 anos, é acusado de estuprar seis vezes uma colega da corporação e duas uma adolescente de 16 anos; os crimes foram cometidos enquanto Provan era policial ativo

Agência O Globo - 22/08/2023
Policial acusado de estupro tinha contato e detalhes de mais de 750 mulheres em seu celular na Inglaterra
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um policial metropolitano de Londres, identificado como Adam Provan, de 44 anos, que estuprou uma adolescente de 16 anos, e uma colega da corporação, teria guardado detalhes de mais de 700 mulheres em seu telefone.

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O comportamento predatório de Provan foi revelado no tribunal da coroa de Wood Green, no norte de Londres, no primeiro dia de audiência. Segundo o The Guardian, o promotor Anthony Metzer disse que o acusado havia usado sua posição como policial para ganhar a confiança de mulheres jovens e tinha “aspectos de um personagem Jekyll e Hyde”.

Na obra de Robert Louis Stevenson, escrita em 1886, o advogado Mr. Utterson procura desvendar qual a ligação entre seu amigo, o médico Henry Jekyll, e o criminoso Edward Hyde. No final do livro, descobre-se que Jekyll e Hyde são um só. Apesar do final controverso, a obra trata de maldade humana.

O acusado, disse Metzer, tinha um “extenso histórico de alegações” de má conduta sexual que vinha desde a década de 1990, incluindo “comportamento de perseguição”, que culminou em dois estupros a uma menina de 16 anos.

Em junho deste ano, Provan foi considerado culpado pelo crime, que aconteceu em 2010. O ex-policial conheceu a vítima em um encontro às cegas após ter mentido a sua idade.

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O acusado, que assistia pornografia de menores de idade online, também teria contatado outra menina de 16 anos, que deu detalhes como testemunha.

Provan também foi condenado por estuprar uma colega de farda por seis vezes entre os anos de 2003 e 2005.

Em 2005, outra colega da corporação também relatou ter recebido mensagens “incômodas” de Provan, mas a denúncia foi tratada ‘informalmente” e não foi levada adiante, disse o The Guardian.

Todos os crimes foram cometidos, o jornal britânico afirma, enquanto o acusado atuava na Polícia Metropolitana de Londres (Met, em inglês) em uma unidade de comando na área leste.

Segundo o juiz Lucas, cita o The Guardian, o réu tinha 751 contatos femininos em seu celular, o que indica um “fascínio beirando à obsessão” por mulheres jovens.

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O promotor disse ainda que os detalhes no telefone de Provan “sugerem fortemente” que houve atividade sexual com mulheres, muitas das quais eram jovens.

A advogada de defesa, Julia Smart, informou que Provan contesta todas as alegações.

Ao tribunal, atrás de uma tela, a vítima adolescente — que atualmente já está na casa dos 20 anos — falou um pouco sobre a situação:

“O dia em que conheci Adam Provan mudou minha vida para sempre. Nenhuma sentença de prisão removerá o mal que ele me causou. Nenhuma justiça me fará esquecer essa data infernal”, disse a jovem, segundo o The Guardian, acrescentando:

“Embora eu tenha feito o meu melhor para bloqueá-lo, nunca esquecerei o medo que senti quando o ataque ocorreu e, 13 anos depois, ao reviver meu pior pesadelo.”

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A jovem disse ainda que era “doentio” saber que Provan realmente era um policial, como ele afirmava quando se conheceram. Ao jornal britânico, ela disse que os três julgamentos foram traumáticos e que ela se sentiu pessoalmente atacada.

O acusado foi, inicialmente, condenado pelo estupro da adolescente em 2018 a nove anos de prisão. Ele foi demitido da Met no ano seguinte. Provan chegou a ficar três anos e três meses na prisão antes de entrar apelar com sucesso contra sua condenação, fazendo com que seu caso fosse enviado a um terceiro julgamento.

Naquele ano, em maio, seis novas acusações de estupro foram adicionadas, relacionadas a crims anteriores ao policial.

A mulher que ainda é policial disse que vivia com medo constantes de que Provan a matasse e que ele se via como “intocável”. A vítima disse ao tribunal que sentiu que a corporação não puniu Provan e que falhou em protegê-la.

Ela ainda acrescentou:

“Me sinto culpada pelas pessoas que, depois de mim, entraram em contato com Adam e se elas sofreram. Isso ficou em minha mente”.

Segundo o The Guardian, a audiência de julgamento deve terminar nesta terça-feira.