Geral
Ministério não vê ameaça de gravidade em nova variante e descarta mudanças nas recomendações
Ministério da Saúde afirma que monitora a nova subvariante do coronavírus, identificada nos Estados Unidos e em outros países nas últimas semanas

A nova subvariante do coronavírus, identificada nos Estados Unidos e em outros países nas últimas semanas, não é neste momento considerada uma ameaça substancial pelo Ministério da Saúde e nem deve causar alterações nas recomendações vigentes para prevenir a Covid — como uma volta do uso obrigatório da máscara. Ao GLOBO, a secretária nacional de Vigilância, Ethel Maciel, afirmou que a pasta acompanha os desdobramentos da nova subcepa EG.5, variante da Ômicron.
— Estamos acompanhando o que vem sendo feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), mas o cenário da Covid continua o mesmo ao de antes. Essa nova variante não é de preocupação ainda e está sendo observada — tranquilizou a secretária.
Segundo a titular, os estudos sobre a nova subvariante não apontam para um aumento de gravidade dos sintomas:
— O que sabemos até agora é que é uma variante com maior capacidade de reinfecção, para as pessoas que já foram infectadas. Não há indicação de mudança de gravidade.
Nesta semana, a EG.5 foi classificada como "de interesse" pela OMS, o que significa que possui alterações genéticas que conferem vantagens, além de a prevalência estar crescendo no hemisfério norte.
Contudo, a OMS afirmou, por meio de um comunicado, que com base nas evidências disponíveis, “o risco para a saúde pública representado pela EG.5 é avaliado como baixo em nível global”.
No Brasil, os casos de Covid-19 estão estáveis. Maciel reforça que o acompanhamento epidemiológico é feito pelo ministério de forma diária, mas pode estar sendo comprometido devido ao baixo índice de testagem da doença no Brasil.
— Observamos um aumento de síndrome gripal entre as crianças na semana passada em São Paulo, no Paraná e no Espírito Santo. Como são casos que só aumentaram na faixa etária infantil, não nos parece ainda que tenhamos um aumento de Covid-19 — disse. — É importante orientar que as pessoas, principalmente as imunocomprometidas, fiquem atentas em locais de aglomeração e procurem os serviços de saúde para testar em caso de sintomas. A testagem está baixa, e com isso perdemos a capacidade de compreender e controlar a situação.
A secretária também estimula que a população utilize o medicamento Paxlovid, primeiro remédio para casos leves de Covid-19. Fabricado pela Pfizer, o medicamento, composto pelos antivirais nirmatrelvir e ritonavir, é recomendado para pessoas consideradas de risco com casos leves ou moderados da doença. Ele foi inserido no SUS no último ano.
— Com a baixa testagem, temos uma baixa indicação do medicamento que poderia salvar muitas vidas. Algumas pessoas não respondem bem à vacina e o medicamento funciona nesses casos.
A vacinação continua sendo a principal arma contra a Covid-19. Maciel lamenta a baixa adesão ao imunizante bivalente, e a atribui à desinformação e fake news espalhadas nas redes sociais. Com a nova subvariante, a titular lembra a população de atualizar as doses nas unidades básicas de saúde.
O que é a subvariante EG.5 do coronavírus?
A subvariante foi identificada na China em fevereiro de 2023 e foi detectada pela primeira vez nos Estados Unidos em abril. Ela é uma descendente da Ômicron XBB.1.9.2 e possui uma mutação importante que a ajuda a escapar dos anticorpos desenvolvidos pelo sistema imunológico em resposta a variantes anteriores e vacinas.
A EG.5 não parece ter novas habilidades em relação à sua capacidade de contágio, sintomas ou probabilidade de causar doenças graves. Testes diagnósticos e tratamentos como o Paxlovid continuam sendo eficazes contra ela, segundo especialistas.
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