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Biscoito de larvas e macarrão com grilo: chef de cozinha estimula consumo de insetos nos EUA

Joseph Yoon, que é diretor executivo da Brooklyn Bugs, trabalha com insetos há quatro anos e defende que essa alimentação proporciona diversidade de sabores e proteína

Agência O Globo - 15/08/2023
Biscoito de larvas e macarrão com grilo: chef de cozinha estimula consumo de insetos nos EUA

Grilos com arroz na segunda, tarântula empanada com purê na quarta e escorpião para fechar a semana na sexta-feira. Já pensou em ter uma dieta variada e recheada de insetos? O chef Joseph Yoon, de Nova York, já — e tem posto em prática esse tipo de culinária há quatro anos.

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O que começou como um projeto de arte foi se transformando em um novo estilo de vida. Atualmente, Yoon é diretor executivo da Brooklyn Bugs, uma organização que promove insetos comestíveis e pretende levar esse novo mundo às pessoas para mostrar que dietas com insetos podem ser “deliciosas”, “densas em nutrientes” e “sustentáveis”:

– Eu amo insetos. O fato de serem tão diversos, o fato de existirem tantas espécies, o fato de dependermos tanto deles para nosso próprio ecossistema e biodiversidade é absolutamente fascinante – afirmou à rede CNN.

O chefe explicou à rede americana que existem mais de 2,1 mil tipos de insetos comestíveis no mundo e que eles têm sabores variados, como queijo, cítrico e noz. Por isso, seu papel é “apresentar às pessoas essa maravilhosa cornucópia de sabores, texturas e ideias de como cozinhar com insetos comestíveis”.

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Essa “cornucópia” já é conhecida com regularidade por cerca de 2 bilhões de pessoas, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) de 2013 divulgado pela CNN. De acordo com o documento, é na maior parte do Ocidente que está o sentimento de repulsa à ingestão da iguaria.

Mas Yoon conta que é principalmente para ajudar na sustentabilidade que ele quer “normalizar os insetos comestíveis em todo o mundo”:

– Principalmente aqui onde moro, nos Estados Unidos – contou à CNN.

O relatório mostra que a mudança de hábitos pode ser uma estratégia para driblar os danos ao meio ambiente causados pela agropecuária e os problemas de escassez de alimentos — até 2050, a produção de comida precisará dobrar para acomodar as 9 bilhões de pessoas que devem povoar a Terra.

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Por exemplo, grilos precisam de seis vezes menos ração que o gado, quatro menos que as ovelhas e metade do que é necessário para alimentar porcos e frangos, embora correspondam à mesma quantidade de proteína, observa o relatório. Assim, os insetos podem ser uma opção sustentável.

Para aqueles que têm vontade de experimentar, mas não sabem por onde começar, o chef diz que a principal dica é incorporar os insetos ao seu prato favorito.

– Não precisa pensar em fazer um prato diferente com um ingrediente diferente. Se você gosta de fazer arroz frito, como eu, basta adicioná-los. Eu amo arroz frito com grilo. Gosto também de adicionar esse inseto ao macarrão – exemplificou à CNN.

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Na COP27, realizada em novembro do ano passado, uma das iniciativas propostas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e promover a segurança alimentar foi estimular insetos como alimento tanto para animais quanto para humanos.

Segundo especialistas da agência da ONU, a dieta à base de insetos é boa para o organismo devido à alta taxa de proteínas, baixo índice de gorduras e carboidratos, além de serem boas fontes de vitaminas, fibras e minerais.

– Um inseto pode fazer a diferença? E um humano? – questionou, acrescentando: – Um dos grandes fatores impulsionadores do meu trabalho é que, sim, cada um de nós tem uma responsabilidade. Incorporar insetos comestíveis na dieta uma vez por semana pode fazer uma grande diferença – concluiu.