Os familiares dos 40 migrantes mortos em um incêndio em um centro de detenção de estrangeiros em Ciudad Juárez receberão uma indenização de cerca de R$ 8 milhões (40 milhões de reais), informou o governo mexicano neste domingo. A cidade, vizinha de El Paso, Texas, é uma das localidades de fronteira onde muitos migrantes ficam retidos em sua rota para os Estados Unidos.

O montante aprovado foi de 140 milhões de pesos "para cada uma das vítimas mortas", o que equivale a US$ 8,2 milhões (R$ 40 milhões), informou o Instituto Nacional de Migração (INM), responsável pelas estações de migrantes sem documentos. Todos os corpos já foram enviados a seus países de origem.

O incêndio começou quando um migrante colocou fogo em um colchão na cela onde permanecia com outros 67 homens, em meio a um protesto contra uma possível deportação. Imagens de uma câmara de segurança mostraram que nem as equipes de migração nem as de segurança fizeram algo para retirar os migrantes. Um total de 39 pessoas morreram no local, a maioria por asfixia, e uma no hospital. Outras 27 sofreram lesões. A maioria dos mortos são da Guatemala, El Salvador, Venezuela, Honduras e Colômbia.

A tragédia motivou reclamações de organizações de direitos humanos como Anistia Internacional e protestos de migrantes.

Em comunicado, no domingo, o INM informou que a tragédia também levou a mudanças no protocolo de vigilância dos centros. As alterações "consistem na instalação de portas de emergência, remoção de grades e fechaduras em todas as áreas de trânsito e fluxo interno das pessoas alojadas", bem como instalação de vidros plásticos, detectores de fumo, respiradores e um maior número de extintores, entre outras medidas.

Para o instituto, a morte de migrantes “é um fato doloroso e lamentável, mas representa também um momento crucial para avançar nos processos que garantem os direitos e salvaguarda das pessoas no contexto da mobilidade.”