Brasil
Governador confirma 14 mortes em operação policial contra crime organizado na Baixada Santista
Tarcísio diz que confrontos são 'efeito colateral' e que eventuais excessos de policiais serão investigados
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, confirmou na tarde desta terça-feira que subiu para 14 o número de mortes decorrentes das ações policiais realizadas desde a última sexta-feira na Baixada Santista, no litoral Sul do estado. A ofensiva policial na região foi iniciada após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, da Rotas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), que foi baleado na quinta-feira durante patrulhamento na comunidade Vila Zilda, no Guarujá.
Tarcísio se referiu aos confrontos entre criminosos e policiais como um "efeito colateral" da estratégia que visa a "asfixiar" o crime organizado que controla a região. O governador afirmou que eventuais "excessos" por parte das forças de segurança serão investigados e, se confirmados, haverá punição.
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— Quem é que vai subir numa área dominada pelo crime e vai ser recebido de uma forma amistosa? A polícia não quer o confronto, isso não interessa para ninguém. Quando você faz uma asfixia em um local, você tem uma reação. Isso significa que a operação está gerando incômodo, que está prejudicando o ‘business’. Nós não queremos o combate, mas também não vamos nos curvar ao crime. Se houver excesso, nós vamos investigar. Se houver, porventura, a gente não vai tolerar excesso.
O governador afirmou que enviou o comandante-geral da Polícia Militar e o diretor-geral da Polícia Civil para o Guarujá para acompanhar as ações de perto e "coibir" exageros por parte dos policiais. Disse que não foi informado sobre nenhum excesso por parte da polícia, mas se comprometeu a "punir severamente" qualquer abuso.
A Ouvidoria das Polícias tem recebido constantes denúncias de abusos policiais de moradores da região, e a Defensoria Pública de São Paulo também foi acionada. O Ministério Público (MP-SP) designou três promotores de Justiça da Baixada Santista para, junto ao Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP), investigarem as ações da Polícia Militar na Baixada.
Tarcísio disse que as imagens das câmeras acopladas aos uniformes dos policiais serão usadas nas investigações, e negou que tenha o intuito de reavaliar o uso desse equipamento. O governador chamou a situação na Baixada de "guerra contra o narcotráfico" e disse que a polícia vai entrar em confronto apenas "em último caso", se "dispararem contra ela primeiro".
— A gente está conduzindo a apuração com absoluta responsabilidade. A criminalidade está lá agonizando porque está recebendo uma grande asfixia. Não existe esse combate sem efeito colateral. O que ocorreu até agora foi a recepção dos policiais à bala, e houve reação — complementou Tarcísio, que falou no Palácio dos Bandeirantes após anúncio de um protocolo para atendimento a mulheres vítimas de violência.
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