Esportes
Conheça Diani, estrela da França que enfrentou a ex-técnica da seleção e já foi indicada ao Bola de Ouro
Atacante seguiu fez coro aos protestos de Renard e Katoto ao anunciar que não jogaria mais pela equipe se "mudanças necessárias" não acontecessem

Em fevereiro, Wendie Renard surpreendeu o mundo ao anunciar sua aposentadoria da seleção da França. Aos 33 anos, a capitã e zagueira publicou uma carta aberta pedindo dispensa das convocações por divergências com a então treinadora, Corinne Diacre. Em meio a desendimentos e até denúncias de assédio moral reveladas pela imprensa francesa, a situação no vestiário estava instustentável, e outras duas jogadoras apoiaram o protesto da capitã e anunciaram que não fariam mais parte do elenco, a cinco meses da Copa do Mundo. Uma delas foi Kadidatou Diani, atacate que representa todo o poder ofensivo das Bleues nesta temporada.
Diani escreveu nas redes sociais suspendendo suas "obrigações internacionais para me concentrar em minha carreira de clubes. Sou a fã número 1 da seleção da França, se as profundas mudanças necessárias acontecerem, voltarei a servir a camisa tricolor". Em entrevista à uma TV local, ela afirmou que a seleção havia atingido "um ponto sem retorno", e que a Federação Francesa de Futebol (FFF) iria "estudar o caso, levar tudo a sério e fazer o melhor para o progresso da equipe". Poucas semanas depois dos protestos, também apoiados por Marie-Antoinette Katoto — que sofreu lesão do LCA do joelho e ficou de fora da Copa — a FFF anunciou a demissão de Diacre e a chegada de Hervé Renard para assumir o comando.
A troca no comando, embora preocupante pelo pouco tempo de trabalho que a equipe teria para a Copa do Mundo — foram quatro amistosos, o último terminando em uma derrota por 1 a 0 para a Austrália já no país-sede do Mundial —, deixou os torcedores animados pela volta das grandes estrelas. Renard, Katoto e Diani voltaram a ser convocadas, mas a última ainda sem conseguir estrear sob o novo comandante após sofrer uma lesão na clavícula durante jogos pelo PSG na Divisão 1 Feminina (D1F). Ela ficou afastada dos gramados por seis semanas, mas voltou bem o suficiente para terminar a temporada com a artilharia — 17 gols em 17 jogos —, além de ser eleita a melhor jogadora da liga.
Depois de começar a carreira na base do Juvisy aos 15 anos, time que em 2017 fez uma parceria com o Paris FC, que absorveu a equipe feminina. Na temporada 2016/2017, Diani pasou a jogar pelo PSG, e depois de quatro teporadas pela equipe, fez parte da campanha que conquistou a D1F e a Copa da França, deixando para trás o Lyon, principal potência do futebol de mulheres do país, vencedor de 16 das últimas 17 edições da liga nacional.
No PSG, Diani tem 88 gols marcados em 148 jogos, com média de 0,59 gol por jogo. O desempenho na última temporada, que terminou com a artilharia e a o vice-campeonato, rendeu a Diani uma indicação no Bola de Ouro. Ela ficou com a última vaga da lista das 20 finalistas indicadas para a competição, vencida pela espanhola Alexia Putellas pela segunda vez consecutiva.
Diani veste a camisa da seleção francesa desde 2014, quando teve sua primeira experiência na categoria de base. Ela participou do Mundial sub-20 em 2014, quando marcou um gol e a França terminou eliminada nas quartas de final em disputa de pênaltis pela Coreia do Sul, após empate em 0 a 0. Sua primeira convocação para a equipe principal foi menos de seis meses depois, quando atuou na disputa da Algarve Cup, em 2015, aos 20 anos, e o bom desempenho rendeu uma vaga na Copa do Mundo do Canadá.
Neste ano, Diani disputa pela terceira vez a Copa do Mundo. Em 2019, quando a França eliminou o Brasil na prorrogação por 2 a 1, e dela saiu o passe para Valérie Gauvin abrir o placar. Tendo atuado em sete partidas, Diani ainda busca seu primeiro gol em um Mundial, e na estreia, contra a Jamaica, foi quem mais chegou perto de abrir o marcador. Foram quatro chances claras: duas cabeçadas para fora próximo à pequena área — a última aos 45 do segundo tempo —, um chute de dentro da área defendido pela goleira Rebecca Spencer e outro, da entrada da grande área que sofreu desvio e também passou pela linha de fundo.
Com habilidade na bola aérea e pelo chão, a atacante tem como principais características a flutuação entre o meio de campo e o ataque, além de leitura de jogo para se livrar da marcação das zagueiras e encontrar espaços na área adversária e finalização forte de meia distância.
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