Esportes
Copa do Mundo Feminina: um novo Brasil reencontra uma modificada França quatro anos depois para encerrar escrita de 20 anos
Seleção enfrenta as francesas neste sábado, às 7h, em melhor momento que as adversárias, mas com um passado que pesa

Há quatro anos, o Brasil dava adeus à Copa do Mundo de 2019 com o gol de Amandine Henry, na prorrogação. Neste sábado, o jogo não é exatamente eliminatório, mas o reencontro com a França, às 7h, tem novamente caráter decisivo. E pode definir algumas coisas. A vitória, por exemplo, garante a seleção brasileira nas oitavas de final da competição, sem depender de outros resultados e deixa o caminho mais tranquilo para ficar em primeiro lugar no Grupo F do Mundial da Austrália e Nova Zelândia. De quebra, confirmaria a evolução da equipe e colocaria o time como um dos protagonistas da competição.
Pode-se até dizer que para boa parte das brasileiras a partida também terá um gosto de revanche. Mais da metade das convocadas estava lá na França, mas o Brasil de hoje pouco lembra aquele do técnico Vadão, ainda que conte com várias atletas. Numa comparação entre o time titular de 2019 com o da estreia diante do Panamá, que deve ser mantido, há apenas duas jogadoras: Tamires e Debinha. Bia Zaneratto e Geyse entraram no decorrer do jogo e agora disputam posição. Neste sábado, a tendência é que Marta, que jogou as oitavas de final, comece no banco de reservas.
Mais do que a escalação, a atitude e o estilo de jogo do Brasil mudaram no último ciclo com a chegada de Pia Sundhage. Atualmente, vê-se um time mais compacto no meio-campo, com uma organização defensiva que dificulta a penetração da adversária e um equilíbrio entre os lados de campo, com o esquerdo sendo uma das principais armas ofensivas.
A França de 2023 também não lembra tanto a de quatro anos atrás quando sediou o Mundial. O time atual está renovado em mais de 60%. Há ainda nove jogadoras daquela seleção, e quatro delas estiveram na equipe titular do jogo de 2019 e na estreia deste Mundial: Renard, Majri, Diani e Le Sommer. A zagueira e capitã francesa ainda é dúvida por causa de uma pancada na panturrilha direita, mas ela participou do último treino. Sua escalação será confirmada apenas horas antes da partida.
Assim como o Brasil, as diferenças entre os ciclos não param apenas nas 11 titulares. Na França, a mudança também veio de cima. Contrárias ao trabalho da técnica Corinne Diacre, um grupo de jogadoras pediu dispensa da seleção francesa a cinco meses da Copa. A saída da Federação de Futebol da França (FFF) foi trocar o comando. Hervé Renard assumiu o time apenas em março e ainda não conseguiu imprimir sua identidade. Sem contar, que perder duas grandes jogadoras: Katoto e Cascarino, ambas com lesão no ligamento cruzado anterior do joelho.
É neste contexto de novidades e renovações que as duas seleções se reencontram num Mundial. E agora, o Brasil vive melhor fase que as francesas. A técnica Pia Sundhage ressaltou que a seleção nunca esteve tão preparada para encarar a França.
—Enfrentar a Inglaterra, vencer a Alemanha, Chile e Panamá, nos dá confiança. A cada gol marcado, ganhamos confiança. E, como eu disse, procuramos criar uma atmosfera de "este é o momento". Então, esta é a nossa oportunidade neste jogo específico contra a França — disse Pia, na entrevista coletiva.
Mas a história tem seu peso. Se o desafio do Brasil na análise recente parece mais fácil, o retrospecto é todo favorável à França. Em 11 confrontos entre as seleções, contando partidas oficiais e amistosos, a seleção brasileira nunca venceu as francesas. São cinco empates e seis derrotas. Há 20 anos, as seleções se enfrentaram pela primeira vez no Mundial de 2003, e empataram em 1 a 1 na fase de grupos.
As duas últimas derrotas já aconteceram no ciclo com Pia no comando. No último confronto, no Torneio da França, no ano passado, o Brasil perdeu por 2 a 1. A seleção saiu na frente com Marta, de pênalti, mas o maior volume de jogo das francesas permitiu a virada com dois gols de Katoto, o principal desfalque do time.
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