Esportes
Jogadoras do Canadá reclamam de coerção da federação em relação à premiações
Em carta publicada nesta sexta-feira, atletas dizem estar "profundamente desapontadas"

As jogadoras da seleção canadense reclamaram de coerção feita pela federação de futebol do país durante as negociações em relação a premiação que será dada para a equipe no que diz respeito aos resultados conquistados em 2023, incluindo a disputa da Copa do Mundo, ainda em andamento. Em comunicado publicado nas redes sociais, as atletas alegam que foram forçadas a escolher entre receber as premiações em dinheiro ou o financiamento necessário para realizar concentrações e treinamentos na seleção.
'Profundamente desapontadas', as atletas também enfatizaram o esforço que fizeram com a federação de futebol do Canadá para conseguirem que este acordo de compensação provisório garantisse a elas pagamento igual ao do time masculino. As campeãs olímpicas, inclusive, afirmam que trabalham em conjunto com o time dos homens para encontrar uma solução que proporcione tratamento justo e igualitário.
Leia a íntegra da carta publicada pelas jogadoras nesta sexta-feira:
Uma declaração da Seleção Canadense de Futebol Feminino
Na segunda-feira, 24 de julho, chegamos a um acordo provisório com a Federação Canadense de Futebol para fornecer compensação para nossa equipe em 2023, incluindo alocação de prêmios em dinheiro da Copa do Mundo Feminina.
Como a extensão das restrições financeiras do Federação Canadense de Futebol foi revelada, fomos forçadas a escolher entre a compensação e o financiamento necessário para manter os campos de treinamento necessários. Fomos forçadas a escolher entre receber uma parte justa das recompensas dos sucessos de nossas equipes nas Copas do Mundo e nosso compromisso com a igualdade de remuneração e tratamento com nossa Seleção Nacional Masculina. Essas são escolhas que não deveríamos ter feito.
Estamos profundamente desapontadas por nos encontrarmos sem um acordo mais completo nesta fase crucial do nosso calendário. Embora existam muitos itens importantes restantes para negociações futuras com a Federação Canadense de Futebol, trabalhamos com eles para garantir que este acordo de compensação provisória garanta, no mínimo, pagamento igual ao da nossa Seleção Masculina, dentro das restrições criadas pela situação financeira da Federação.
Isso ainda não acabou. Nós e a Seleção Masculina continuamos comprometidos em encontrar uma solução de longo prazo que proporcione um tratamento justo e igualitário para nossas atuais Seleções Nacionais e investimentos no futuro do futebol canadense, mas, por enquanto, nossa equipe quer se concentrar apenas no futebol.
Queremos agradecer aos nossos leais torcedores, às equipes e jogadores de todo o mundo que estiveram conosco e à Seleção Nacional Masculina por seu apoio contínuo à nossa equipe.
Sinceramente,
Jogadoras da Seleção Feminina
Entenda a questão:
Em fevereiro deste ano, as atletas do Canadá ameaçaram entrar em greve por conta dos cortes realizados no orçamento do futebol feminino e a disparidade no tratamento dado à seleção masculina. Elas alegaram na época que o time dos homens tem mais recursos à disposição, embora tenha resultados esportivos menos expressivos. No entanto, elas foram alertadas pela Federação Canadense de Futebol que, se não entrassem em campo para disputar a She Believes Cup, sofreriam consequências legais. Representadas pela Associação Nacional de Jogadoras do Canadá (CSPA, em inglês), elas jogaram, mas entraram no aquecimento com uma camisa roxa que dizia “Enough is enough” (“Já chega” na tradução livre).
Em carta, as jogadoras exigiam “mudanças imediatas”, e afirmaram que “a federação deve corresponder ao compromisso público da igualdade de gênero e também à obrigação de fazer o esporte avançar”. Em março, um acordo foi realizado entre as partes para liberar verbas para a seleção feminina, começando com os valores retroativos em relação ao ano de 2022. A expectativa é de que mais negociações sejam realizadas após o Mundial.
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