Esportes
Conheça a ostarina, substância que causou a suspensão provisória de Thiago Braz por doping
Os futebolistas Manoel, do Fluminense, e Rodrigo Moledo, do Internacional, também testaram positivo para a ostarina recentemente

O atleta olímpico Thiago Braz, do salto com vara, foi suspenso provisoriamente nesta sexta-feira após testar positivo para a ostarina em exame antidoping. Utilizada para o aumento de massa muscular, a substância tem sido uma pedra no sapato de outros esportistas brasileiros, como os zagueiros Manoel, do Fluminense, e Rodrigo Moledo, do Inter.
Além dos futebolistas, a ostarina também resultou na suspensão da atleta Tandara, da seleção brasileira de vôlei, que acabou cortada dos Jogos Olímpicos de Tóquio — ela foi condenada a quatro anos.
A Ostarina é um modulador hormonal que atua, principalmente, no aumento de massa muscular. Desde 2008, ela é considerada doping em uso fora e dentro das competições. A substância funciona de forma semelhante aos esteroides anabolizantes, mas com menos efeitos colaterais.
Segundo a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, a ostarina pertence à categoria "S1.2 Agentes Anabolizantes – Outros Agentes Anabolizantes – SARMs da Lista de substâncias e métodos proibidos da AMA-WADA". Fabrício Buzatto, médico do esporte, fisiatra e membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), explicou as suas ações no organismo.
– A substância tem um impacto grande no tecido ósseo e muscular, e um dos grandes efeitos é que aumenta muito a força muscular – falou Fabrício ao GLOBO.
O bioquímico L. C. Cameron, coordenador do Laboratório de Bioquímica de Proteínas da UNIRIO, explicou que a substância tem como função primária manter o sinal de androgênios (como testosterona) por mais tempo no corpo humano.
Ela foi desenvolvida para quadros de caquexia cancerosa (perda de massa e tecido), osteoporose e para, de forma geral, para ganho de massa muscular.
– Seu uso primário tem relação com o ganho de massa magra e perda de massa gorda. Mas entendo que não seria prudente a sua prescrição no Brasil, uma vez que esses moduladores, os SARMs, não são registrados para uso no país, segundo a Anvisa. Isso não quer dizer, porém, que não exista profissionais que o prescrevam– afirmou.
No Brasil, não há medicamento registrado pela Anvisa até o momento que contenha SARM. A Anvisa informa que, desde 23 de fevereiro de 2021, publicou medida restritiva a produtos que contenham o modulador. Há no mercado, no entanto, produtos que contêm a substância vendidos como suplementos. São usados por fisiculturistas e para tratamento de portadores de anemia, perda de massa muscular devido a doenças que provocam atrofia muscular, sarcopenia ou fadiga crônica.
– Ou a pessoa compra gato por lebre ou essas empresas têm acesso à substância de maneiras escusas – explicou o endocrinologista Roberto Zagury, do Laboratório de Performance Humana, da Casa de Saúde São José, afirmando que sempre há a possibilidade de contaminação cruzada. – É o chamado doping inadvertido, na qual o atleta cai numa armadilha sem saber, mas contina sendo doping. A responsabilidade de ingerir qualquer substância é sempre do atleta.
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