Aos 18 minutos do primeiro tempo, Ary Borges subiu bem após belo cruzamento de Debinha e cabeceou para abrir o placar no Hindmarsh Stadium, em Adelaide e marcar o primeiro gol do Brasil na Copa do Mundo Feminina. Antes do final da primeira etapa, ela marcou de novo, também tentando de cabeça e no rebote, empurrando com os pés a bola para dentro do gol. Aos 23 anos, a maranhense fez sua estreia em um Mundial e conseguiu superar o nervosismo da estreia para marcar seu sexto e sétimo gols pela seleção.

Natural de São Luís-MA, Ary Borges foi com a família para São Paulo buscando melhores condições de vida aos nove anos de idade. Aos 11, aprendeu a pegar ônibus sozinha para treinar no Centro Olímpico, clube que promove a formação de jovens atletas e onde ela aprendeu os fundamentos para começar na carreira. De lá, ela foi para o Sport, onde passou um ano antes de voltar para a capital paulista, jogando pelo São Paulo, e foi peça-chave para a campanha que terminou com o título do Brasileirão Feminino A2 e conquistou o acesso.

Destaque do tricolor paulista, ela trocou o clube pelo Palmeiras, e foi desabrochou como profissional. Em três anos pelo clube, ela entrou em campo em 84 oportunidades, balançando as redes 36 vezes e acumulando outras oito assistências. Além de vencer a Copa Paulista e o Paulistão com a equipe, deixando pra trás o poderio do Corinthians, Ary foi uma das principais jogadoras que levaram o alviverde ao inédito título da Libertadores. Ela abriu o placar na final em Quito, pavimentando o caminho para a vitória por 4 a 1 sobre o Boca Juniors.

Nesta temporada, ela passou a jogar pelo Racing Louisville, fortalecendo a "invasão brasileira" na NWSL, principal liga dos Estados Unidos. Ela busca um espaço na equipe titular, e já entrou em campo em 13 oportunidades, marcando um gol.