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Vítimas do submarino do Titanic ouviram rangidos, estalos e alarmes antes de implosão, indicam novos estudos

Agência O Globo - 22/07/2023
Vítimas do submarino do Titanic ouviram rangidos, estalos e alarmes antes de implosão, indicam novos estudos
Titan da Ocean gate - Foto: Reprodução

Novos estudos de especialistas avançam na investigação sobre o que aconteceu com os cinco tripulantes do submersível Titan, que perdeu contato com a superfície, em 18 de junho, durante uma expedição aos escombros do transatlântico Titanic, naufragado em 1912. Depois de quatro dias de buscas, as autoridades americanas e canadenses afirmaram que os aventureiros morreram numa "implosão catastrófica", causada pela pressão nas profundezas do oceano.

Uma simulação detalhada de Ronald Wagner, doutor em Engenharia e especialista na flambagem de estruturas de paredes finas, mostra passo a passo, com prazos exatos, o colapso do Titan. Segundo o estudioso, foram necessários apenas 13,495 milissegundos para que os destroços do Titan se espalhassem pelo oceano. Com isso, nenhuma das vítimas sentiu dor.

"Seu cérebro precisa de 13 milissegundos para processar as informações que recebe do seu olho", comparou Wagner. "Mas, como você pode ver aqui [na simulação da implosão do Titan], se avançarmos 13 milissegundos, você já estaria morto há 10 milissegundos".

Embora tenham morrido instantaneamente, de acordo com o estudo de Wagner, os tripulantes perceberam pistas de que algo estava errado. Isso porque a estrutura teria emitido altos rangidos e estalos antes de entrar em colapso. Além disso, sistemas de monitoramento e sensores do casco teriam acionado alarmes para indicar uma falha, segundo o site "engineering.com".

Veja abaixo, em fotos, a simulação de Robert Wagner sobre o início do colapso da estrutura até o momento em que o submersível se tornou apenas um amontoado de detritos.

A implosão do submersível Titan matou o magnata britânico Hamish Harding; o ex-comandante da Marinha francesa, Paul-Henri Nargeolet; o CEO da OceanGate Expeditions, Stockton Rush; e o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman.

Animação em 3D reproduziu implosão

Uma animação tridimensional que mostra como o submersível Titan implodiu atingiu milhões de visualizações pouco menos de duas semanas depois de ser publicada no YouTube. A obra é do canal AiTelly, especializado em produções explicativas sobre engenharia. Além do incidente, que matou os cinco passageiros a bordo, o clipe de 6 minutos e 20 segundos também detalha o fundo do mar, os materiais usados na nave aquática e o local onde foram encontrados os destroços.

Autoridades que apuram o caso acreditam que a tripulação tenha morrido instantaneamente numa "implosão catastrófica" menos de duas horas após o mergulho, durante uma expedição até os escombros do Titanic, naufragado há mais de cem anos. O vídeo tem narração em inglês, mas o usuário pode clicar na opção de legendas do YouTube e traduzi-las para o português.

Implosão de submarino

Logo no início, o vídeo explica que uma implosão é "um processo de destruição por colapso para dentro do próprio objeto". Com isso, a nave aquática se contrai. Na profundidade onde está o Titanic, a quase quatro mil metros do nível do mar, "há cerca de 2.540 quilos por 6,45 cm² de pressão" (ou 381 atm, quase 400 vezes a pressão da superfície).

A animação atribui a implosão a essa alta pressão hidrostática ao redor da nave — o que, segundo o narrador, a fez contrair "em uma fração de milissegundo" — e à falta de resistência da fibra de carbono, um dos materiais usados na construção do Titan.