Alagoas
População poderá se declarar quilombola pela primeira vez no Censo 2022


Foto: Caio Lorena / IBGE
“Você se considera quilombola?”. Pela primeira vez em um recenseamento os brasileiros poderão responder a esta pergunta. Para dar visibilidade à questão inédita e sensibilizar as lideranças e comunidades quilombolas a responderem ao Censo, o IBGE realizou nesta quarta-feira (17) o Dia de Mobilização do Censo Quilombola em diversos pontos do país.
Em Alagoas, o evento ocorreu na Comunidade do Muquém, agrupamento quilombola localizado no município de União dos Palmares. Pela manhã, agentes do IBGE realizaram a “Reunião de Abordagem” junto às lideranças locais, apresentando os recenseadores responsáveis pela aplicação do questionário nos domicílios da região.
Em Alagoas foram mapeados três territórios quilombolas: Cajá dos Negros (Batalha), Tabacaria (Palmeira dos Índios) e Abobreiras (Teotônio Vilela). Além disso, o estado conta ainda com 77 agrupamentos quilombolas e 103 áreas de interesse operacional quilombola. Há expectativa de presença das localidades quilombolas em 56 dos 102 municípios alagoanos.
Quem responde ao Censo Quilombola?
A questão “Você se considera quilombola?” não vai aparecer em todos os questionários, apenas em locais previamente definidos pelo IBGE. Há três diferentes tipos de áreas quilombolas mapeadas pelo IBGE:
– territórios quilombolas oficialmente delimitados, segundo informações do INCRA e institutos de terra estaduais;
– agrupamentos quilombolas, áreas com pelo menos 15 indivíduos e domicílios próximos espacialmente;
– áreas de interesse operacional quilombola: área definida a partir de dados do IBGE e de registros administrativos de órgãos oficiais e instituições parceiras, caracterizadas pela dispersão dos domicílios ocupados ou onde não foi possível confirmar a presença de população quilombola.
Caso o informante se declare quilombola, o recenseador perguntará “Qual o nome da sua comunidade?”.
Essas duas perguntas possibilitarão que todo o restante do questionário, com temas como trabalho, renda, saúde, educação, gere dados para a população quilombola e também para cada comunidade quilombola.
Abordagem diferenciada
Em áreas habitadas por povos e comunidades tradicionais, como quilombolas e indígenas, existe uma abordagem diferenciada. Antes de iniciar a coleta, a coordenação do IBGE na região deve procurar a liderança local e agendar uma reunião, chamada pelo órgão de reunião de abordagem, a qual vai dar maiores detalhes sobre o IBGE e o Censo Demográfico.
Todos os recenseadores que atuarão em áreas quilombolas ou indígenas passam por um dia a mais de treinamento para tratar especificamente do recenseamento junto a povos e comunidades tradicionais. Durante a coleta, as comunidades podem indicar um guia comunitário para auxiliar o trabalho do IBGE em locais de difícil acesso.
Mais lidas
-
1EDUCAÇÃO
Seduc realiza 6ºconvocação do PSS de profissionais de apoio da Educação Especial
-
2CASO GABRIEL LINCOLN
Palmeira: Ministério Público ouve familiares e advogado de jovem morto em ação policial
-
3COMUNICAÇÃO
Clevânio Henrique lança projeto independente e deixa NN FM após dois anos; Microfone Aberto é transmitido por 4 emissoras em Arapiraca, Palmeira e Santana
-
4PODCAST
Ricardo Mota fez na entrevista o que sempre escreveu que o governador fazia nos bastidores: riu do "imperador" Julio Cezar.
-
5AVAL DA BANCADA DO CONFEITO
Prefeitura e Câmara de Palmeira ignoram Justiça e trocam terras da União avaliadas em R$1 milhão; FUNAI já acionou a assessoria jurídica sobre a permuta escandalosa