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China suspende cooperação militar, ambiental e estratégica com EUA
A China suspendeu nesta sexta-feira, 5, a cooperação com os americanos em uma série de áreas estratégicas, como militar, ambiental e policial. As ações foram tomadas em retaliação à visita a Taiwan da presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, na quarta-feira, 3. Elas foram anunciadas no terceiro dia de exercícios militares com munição real realizados por Pequim ao redor da ilha.
Ao todo, foram oito contramedidas anunciadas pela chancelaria da China, incluindo o cancelamento de três mecanismos formais de diálogo militar, suspendendo o contato direto entre comandantes regionais dos EUA e da China e os chefes do departamento de defesa.
De acordo com a emissora estatal chinesa CCTV, também estão suspensas as cooperações para a devolução de imigrantes ilegais e para o combate ao narcotráfico e aos crimes transnacionais.
Manobras
Ontem, Pequim intensificou os exercícios militares ao redor de Taiwan. Segundo autoridades taiwanesas, 68 caças e 13 navios de guerra participaram das manobras – alguns cruzaram a linha meridiana que separa os dois territórios. O governo de Taipei informou ainda que detectou um grande número de ciberataques contra sites oficiais.
Meng Xiangqing, professor da Universidade de Defesa Nacional da China, ligada aos militares chineses, afirmou que os exercícios incluíram testes com munição real, que pela primeira vez cruzaram a ilha de Taiwan, que não confirmou a informação.
Novas versões de mísseis também foram testadas contra alvos no Estreito de Taiwan, atingindo-os “com precisão”, segundo autoridades da China. A imprensa estatal chinesa descreveu os exercícios militares em Taiwan como uma “operação de escala sem precedentes”. As manobras forçaram várias embarcações mercantes a redirecionar suas viagens, causando interrupções ainda mais graves nas cadeias de suprimento, já afetadas pela guerra na Ucrânia.
Em Tóquio, última parada de seu giro pela Ásia, Pelosi afirmou ontem que a China não conseguirá isolar Taiwan. De acordo com ela, Pequim não tem autoridade para ditar quem pode visitar a ilha. “O governo chinês não faz nossa programação de viagem”, afirmou.
Crime
Em resposta aos exercícios militares chineses em Taiwan, os EUA convocaram ontem o embaixador da China em Washington, Qin Gang, que recebeu na Casa Branca um protesto formal do governo americano.
O diálogo entre China e EUA, particularmente sobre assuntos militares e trocas comerciais, tem sido constantemente interrompido. As mudanças climáticas e o combate ao tráfico de drogas, como o fentanil, no entanto, são áreas em que os dois países encontraram uma causa comum, e a suspensão pode ter implicações significativas para o esforço global de combater o crime organizado. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Redação, O Estado de S. Paulo
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