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Paciente vítima de queimadura elétrica com fio de alta tensão se recupera no HGE

18/02/2022
Paciente vítima de queimadura elétrica com fio de alta tensão se recupera no HGE

Wallef e equipe médica após último procedimento cirúrgico antes da alta

10 de dezembro de 2021. Parecia um dia de trabalho comum, quando um acidente colocou o técnico em telecomunicações Wallef Gabriel Santos de Morais, de 23 anos, diante de grave risco de perder a vida.

Ele estava na laje de uma casa no bairro do Benedito Bentes, em Maceió, com um colega, quando, ao colocar a fiação de internet, desequilibrou e encostou em um fio de alta tensão.

“Só acordei no HGE diante da gravidade do que vivi. Por coincidência da vida, neste dia aconteceram tantas coisas para eu não ir trabalhar, mas o profissionalismo me impediu de se ausentar!”, contou.

As queimaduras por choque elétrico representam pequena proporção nos atendimentos dos serviços de urgência e emergência. O profissional responsável pela assistência ao paciente deve estar atento aos diversos mecanismos causadores das lesões e as manifestações clínicas. Esse paciente deve receber suporte inicial e ser acompanhado por serviço especializado.

No caso de Wallef, as queimaduras, consideradas de segundo e terceiro graus, atingiram os dois braços, abdômen e a cabeça. Com maior gravidade para a região superior, onde abriram um buraco no couro cabeludo, expondo parte do crânio.

Fernando Gomes, cirurgião plástico e responsável pelo atendimento de Wallef na emergência hospitalar, explicou que a queimadura da entrada da carga elétrica atingiu vértices do couro cabeludo, com uma extensão maior que 15 cm de largura por mais de 25 cm de extensão.

“Foi uma grande lesão, ele perdeu toda a extensão do couro cabeludo e, também, a cobertura do periósteo, que é uma membrana que cobre o osso parietal, que também foi acometido com a queimadura. Essa membrana é muito importante por vascularizar o osso”.

De acordo com o médico, uma lesão no seguimento ósseo traz muita preocupação porque o osso pode sofrer em toda sua complexidade e espessura. “Às vezes é necessário, até, a retirada de todo o segmento ósseo para a reconstrução”, especificou Fernando Gomes.

Reconstrução – Sobre a cirurgia, o médico referiu que, primeiramente, foi realizada uma limpeza na área com debridamentos e curativos. Em seguida foi planejado um retalho, procedimento que transfere tecido bom para áreas que perderam a pele. O retalho foi realizado com fragmento de tecido vascularizado, baseado na artéria temporal, na supraorbitária, na supratroclear e na temporal do lado contralateral.

“O retalho foi de grande extensão, envolvendo a região frontal, atrás da orelha, até a parte da nuca. Elevamos ele com muito cuidado para cobrir toda a lesão afetada. Agora estamos utilizando a tecnologia do curativo por pressão negativa à vácuo para conter infecções na região e minimizar danos no leito da ferida”.

Segundo o especialista, essa tecnologia envolve uma pressão intermitente que aspira todo e qualquer conteúdo líquido que é desenvolvido no leito da ferida. “Wallef está para receber a alta médica! A atuação precisa do Hospital Geral, com sua equipe de profissionais – os que o receberam na entrada da emergência, a cirurgia plástica, enfermagem e todos que o atenderam -, mostra a complexidade de tratar um paciente queimado no Sistema Único de Saúde”, disse o cirurgião plástico.

Ele acrescentou ainda a dedicação do atual governo na área da saúde. “Toda a assistência de Wallef foi gratuita e com alta tecnologia do ponto de vista cirúrgico e vinculado ao instrumental, com o curativo à vácuo, que é um curativo extremamente definidor e dispendioso. O poder público tem  disponibilizado o que há de melhor para os que precisam da assistência cidadã”, comemorou o especialista.

Responsável pelo Núcleo de Feridas do HGE, a enfermeira Rosário Albuquerque acrescentou que o retalho já esta todo fixado no osso. “A terapia tem sido um sucesso, o resultado do procedimento de fixação do retalho e proteção do osso foi otimizado pelo uso da terapia por pressão negativa à vácuo”.

Gratidão – Com dois filhos pequenos, um menino de quatro anos e uma menina de apenas um, Wallef é só agradecimento. “Muita gente não tem uma segunda chance, quantos sobrevivem a um choque com fio de alta tensão? Eu fui presenteado, vou poder educar minhas crianças e contar o ocorrido. A equipe do HGE foi muito eficiente, precisos. Todos muito atenciosos comigo aqui no CTQ. Vou levar amigos, desde os médicos e enfermeiros até o pessoal da copa. Eles fazem parte da minha história agora”.