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Quanto mais vida, melhor
Como torcedor do América F.C., sempre esperei que o novelista Gilberto Braga, que conheci nos meus tempos de Tijuca, escrevesse a história da minha paixão futebolística. Ele ia à Manchete, da qual era colaborador assíduo, mas nunca falou no assunto. Agora, sou surpreendido com o trabalho de Mauro Wilson, na TV Globo, intitulado “Quanto mais vida, melhor.” Mostra a odisséia do craque Neném, magnificamente interpretado pelo excelente ator Vladimir Brichta, e que se passa em boa parte no estádio de Edson Passos, construído com muito amor pelo ex-presidente Giulite Coutinho. Há uma pletora de camisas do AFC, alem de cenas do vestiário e no gramado do Mequinha.
Quem tem saudades do América pode se fartar à vontade, além de vibrar com a atuação de artistas globais como Matheus Solano, Elizabeth Savala, Júlia Lemmertz, Giovana Antoneli (como é bonita!) e Marcos Caruso, entre outros.
O curioso é que o nome do América, sempre que possível, é recordado pelo apresentador Alex Escobar, que é um torcedor apaixonado, mas ele não está na novela. Para quem tem a memória fraca, convém recordar que o clube de Campos Sales foi 7 vezes campeão carioca, o que não é pouca coisa. Chegou ao título de “Campeão dos Campeões”, que foi uma notável façanha. Acabou descendo às divisões inferiores, o que é uma injustiça com a sua história gloriosa. Foi o clube de craques notáveis, como o artilheiro Edu, irmão do Zico, além de Maneco, Alarcon, César, Ranulfo, Osni (irmão do vascaíno Eli), Hilton Viana etc.
O América foi vice-campeão carioca diversas vezes, perdendo decisões incríveis para o Flamengo e o Vasco da Gama. Foi a alegria do povo da Tijuca e não se sabe exatamente a razão de ter perdido substância. Provavelmente, por razões administrativas, o que é uma pena.
Fenômeno parecido aconteceu com o Vasco, que acabou na segunda divisão, e o Botafogo. Há agora o fenômeno da venda do clube para investidores estrangeiros, o que não parece ser o caso do AFC. É um clube que tem uma história muito rica e que merece ser recuperada. Por isso, quando a TV Globo exibe uma novela em seu horário nobre, contando a vida de um jogador dos diabos rubros, renasce o nosso entusiasmo por essa agremiação. Que ela volte ao convívio dos grandes clubes cariocas.
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