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Vates viçosenses

18/12/2021
Vates viçosenses

O monsenhor João Leite, meu diretor no Campus Tamandaré, ao lado do saudoso primo professor Elias Passos Tenório, deixou um legado da cultura quer no Anel, apêndice da velha Viçosa, quer no Cesmac – como mestre das letras. Dizia sempre: “Laurentino, você é um amante do vernáculo que herdamos de Camões/Bilac”

Pois bem, nas suas andanças literárias empreendeu vasta pesquisa a fim de trazer à lume Coletânea de poetas viçosenses, editado pela Gráfica Bom Conselho (1992),  recheada dos notáveis da Terra do Menestrel das Alagoas, a saber: Dr. José Maria de Melo (ex-presidente da Academia Alagoas de Letras), Professor Théo Brandão que me ensinou Antropologia na UFAL, Dom Avelar Brandão, arcebispo emérito do Brasil, Clovis de Holanda, Demócrito Gracindo, Alfredo Brandão, Cicero de Vasconcelos, Pedro Teixeira de Vasconcelos, José Pimentel Amorim, José Aragão.

A bem da verdade, as 146 páginas da obra narram a história de cada um obedecendo “Partes”. A primeira: Poetas viçosenses, Recuando no tempo, Boa recepção. A segunda parte: Meia Palavra. Observa-se no Período Inicial com Alfredo de Barros Loureiro Brandão. No Período de Desenvolvimento: Clóvis de Holanda Cavalcanti, Elói de Barros Loureiro Brandão (Pe.), Manuel Brandão Vilela. No Período de Incremento: Abdon de Lima Torres, Evelina de Holanda Cavalcanti, Olegário Brandão Vilela, Otávio Brandao Rego, Ovídio Edgar de Albuquerque. Nos Períodos Atuais: Antônio Almeida (Baixa Funda), Ariston de Holanda Padilha, Carlos Alberto Vilela Pimentel, Dinah Padilha Sampaio, Durvalina Vasconcelos Palmeira, Francisco Alves Mata, Georgette Castro de Almeida, Humberto Araújo Cavalcante, Humberto de Albuquerque Vilela e outros.

Na contemporaneidade, contempla-se o médico-escritor primo Dr. Judá Fernandes de Lima, radicado na próspera Arapiraca, contando com 88 anos bem vividos. Poeta Jader Tenório, outros notáveis que ocupam lugar de destaque no Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, bem como na Casa de Demócrito Gracindo.

Sendo eu de Paulo Jacinto, tenho a honra de conhecer pessoalmente, o engenheiro agrônomo/escritor Denis Portela de Melo e outros ilustres viçosenses. Teotônio Vilela Brandão – internacional folclorista, nasceu em Viçosa, a 26 de janeiro de 1907, ao som dos pífanos e violeiros, acostumou-se aos repentes, leilões. O intelectual de Boa Sorte. Dele nasceu o poema Viçosa: “Viçosa! Cidadezinha do País das Alagoas! Riacho do Meio, Vila da Assembleia/ Um padre ia dizer missa na Passagem/ A passagem estava cheia / E se disse a missa ali mesmo / Na beira do riacho/ Riacho do Meio/ Meio de minha terra/ Tu tiveste um princípio”.

Viçosa de ontem e hoje, tem cheiro gostoso vindo dos velhos engenhos de cana de açúcar. A Escola de Viçosa exportou poetas de todos as matrizes. E. por isso, leva a dizer uma cidade de recordações dos velhos cancioneiros. Padres, médicos, historiadores, cientistas culturais a serviço das letras nacionais. O saudoso João Leite fez justiça àqueles que ornamentaram uma gleba que se notabilizou com os irmãos Teotônio Vilela e Dom Avelar Brandão. Viva Os Vates Viçosenses!