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Pesquisa no fundo do poço
O tema de pesquisa ou valorização do desenvolvimento científico e tecnológico é familiar aos meus ouvidos há muito tempo. Mais especificamente, com intensidade maior, durante o período em que fui Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia do então estado da Guanabara (1968-1971), com a honra de ter servido à equipe do governador Negrão de Lima.
Tudo para mim era novidade. Estabeleci os parâmetros da política nacional de ciência e tecnologia. Criei a Comissão do Ano 2.000 e construí o primeiro grande planetário do Rio de Janeiro, aproveitando um terreno na Gávea e a doação do equipamento por parte do MEC. Aproveitando o embalo, sugeri ao Congresso a criação do Ministério da Ciência e Tecnologia, o que acabou acontecendo alguns anos mais tarde.
Portanto, esse tema sempre me foi extremamente familiar. Sou do tempo em que o país dava mesmo prioridade à pesquisa. Os recursos nem sempre foram abundantes, mas existiam. Agora, acompanhando o noticiário dos jornais, temos a lamentar a absurda escassês de dinheiro para os projetos de pesquisa, em nosso país. E o pior está acontecendo: com esse panorama, muitos dos nossos pesquisadores estão deixando o país e procurando abrigo em outros países como os Estados Unidos, a Inglaterra, a França e a Alemanha. Estamos preparando cérebros para a ciência dos outros.
É claro que precisamos reverter essa situação. Revigorar o Ministério da Ciência e Tecnologia é uma necessidade de primeira ordem. E dar-lhe condições objetivas de funcionamento, com recursos apreciáveis. A história registra que temos cientistas de muito boa qualidade, que merecem esse tratamento prioritário, que lhes está sendo negado. A mudança de atitude não é nenhum favor.
O Brasil é um país de muitos e grandiosos problemas, que exigem esses recursos humanos. Para não ir muito longe, podemos citar a educação ambiental como uma necessidade de primeira ordem e a equação adequada da questão hídrica. Com pode uma nação de tantos rios esta sofrendo esse tipo de problema? É certo que a seca é uma tragédia, mas temos tratado esse problema de forma incompetente.
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