Alagoas
Usuários de crack representam mais de 40% dos dependentes químicos em tratamento
No dia 30 de setembro é celebrado o Dia Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Crack. A data foi instituída pelo Governo de Alagoas com o intuito de conscientizar a população acerca da problemática decorrente do consumo e da comercialização dessa substância, além de fomentar ações estratégicas de prevenção e combate à dependência química.
Dados atualizados da Secretaria de Estado de Prevenção da Violência (Seprev) mostram que, de janeiro até agosto deste ano, 2.969 pessoas foram encaminhadas para tratamento em uma das comunidades terapêuticas da Rede Acolhe. Deste total, 1.235 casos foram motivados pelo uso do crack, o que representa 41,6% das ocorrências.
A coordenadora do Centro de Acolhimento de Dependentes Químicos de Maceió, Jullyana Lima, explica que o índice elevado na progressão para a dependência acontece em razão do efeito mais rápido e intenso do crack no organismo. “Como esta é uma droga inalatória, ela é rapidamente absorvida pela corrente sanguínea e levada ao sistema nervoso central, provocando efeitos de recompensa quase imediatos. Porém, a sensação de prazer é efêmera, o que acaba resultando na repetição do uso”, esclarece.
Entre os possíveis danos ao organismo do usuário, Jullyana destaca desde o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial até possíveis isquemias, infartos e outros problemas cardíacos. “O uso do crack também pode motivar a uma variedade de manifestações neurológicas, incluindo acidente vascular cerebral, dores de cabeça, tonturas, inflamações dos vasos cerebrais, atrofia cerebral e convulsões”, acrescenta a psicóloga.
Em Alagoas, a Rede Acolhe tem oportunizado o tratamento a pessoas que desejam vencer a dependência química e iniciar uma vida com mais saúde. O programa de tratamento de dependentes químicos do Estado conta com 35 comunidades acolhedoras, onde cada caso é avaliado e cuidado individualmente.
O ex-acolhido Luiz Carlos Gomes, de 36 anos, é a prova de que é possível superar a dependência química. Após quase perder a vida por causa de uma pedra de crack e 50 gramas de maconha, ele ingressou no tratamento em uma das comunidades terapêuticas e, hoje, fala com ânimo sobre a vida e o futuro.
“O que aconteceu comigo me fez refletir sobre a minha vida e sobre o que eu realmente quero para mim. Passei pelo tratamento e já estou há mais de oito anos sem usar crack ou qualquer outra droga. Aproveitei todas as oportunidades de curso que me foram ofertadas na comunidade e, mesmo aposentado, me sinto disposto para trabalhar”, afirmou Luiz Carlos.
Reconhecer o estado de dependência e buscar ajuda profissional é o primeiro passo para abandonar o vício. Para quem busca tratamento em uma das comunidades acolhedoras credenciadas ao Governo de Alagoas o atendimento pode ser feito em um dos três Centros de Acolhimento, em Maceió, Arapiraca ou Santana do Ipanema, ou agendando uma visita das equipes técnicas pelo número 0800.280.9390.
Mais lidas
-
1PALMEIRA DOS ÍNDIOS
R$43 milhões na Prefeitura e R$ 765 mil na Câmara em janeiro: Cadê a Transparência?
-
2USINA DE VOTOS
Em Palmeira dos Índios, mais da metade da população depende do Bolsa Família e há temor de uso eleitoreiro para 2026, com ex-imperador na disputa
-
3AÇÃO INTEGRADA
Mais de 20 pessoas são presas em operação contra organização criminosa
-
4DISCRIMINAÇÃO
Professor Cosme Rogério expõe racismo estrutural no PT de Palmeira dos Índios
-
5PALMEIRA DOS ÍNDIOS
No governo Luísa Duarte, PT fica em segundo plano e maior fatia da assistência social segue sob controle de aliados de Julio Cezar