Biblioteca Pública Estadual oferece aos visitantes mais de um século e meio da história literária de Alagoas. Foto: Neno Canuto.

Com mais de um século e meio, a Biblioteca Estadual Graciliano Ramos possui uma trajetória de insistência e transformação. Com suas origens datadas de 1844, quando ainda era o antigo palacete residencial de José Antonio de Mendonça, até os dias atuais, 156 anos depois, a Biblioteca passou por muitas mudanças, tanto estruturais como nominalmente. Referência em projetos culturais e inclusivos, o espaço é o guardião de um tesouro literário para se orgulhar.

Para a secretária de Estado da Cultura, além de necessária, a Biblioteca Pública conserva obras literárias que servem de recordação sobre o passado e inspiração para os novos autores que estão surgindo. “A riqueza cultural que um local como a Biblioteca guarda é imensa, e que os alagoanos podem ter acesso e se reiterar mais sobre os vários autores que o estado concebeu. É um local mágico e acessível a todos”.

Localizada na Praça Dom Pedro II, no Centro de Maceió, a Biblioteca possui a fachada de um casario rosado, com janelas azuis e portas de madeira colonial. O que pode ser considerado simples à primeira vista, é na verdade uma conservação arquitetônica da história. Em 26 de junho de 1856 começou a funcionar como Gabinete de Leitura, e em 1860 a residência passou a ser conhecida como Palacete Barão de Jaraguá. Desde então, a Biblioteca acumulou exemplares de livros e criação de espaços especiais, como o Memorial Graciliano Ramos e o Memorial da Biblioteca Pública.

Espaços e projetos envolventes

Em 2013, a Biblioteca recebeu o nome de um dos maiores escritores do Brasil, o alagoano Graciliano Ramos. Autor de muitas obras, a mais famosa é Vidas Secas, que retrata a história de uma família pobre da região seca do Nordeste e sua luta diária por trabalho e comida para sobreviver e superar as dificuldades do ambiente árido em que vive. O escritor, cronista, contista, político e memorialista ainda ganhou um Memorial dedicado à sua vida e repertório.

A Biblioteca interage com o público através de vários projetos sociais e culturais, como a Bibliotour, um tour pelas salas do Palacete, com um guia contextualizando sobre a história e o acervo do local. Ainda tem a Cinemateca, um espaço disponível para os funcionários do comércio aproveitarem durante o intervalo e assistir algum filme, o Recital de Poesias Alagoanas, o  Acervo Carlos Moliterno, o Espaço Juvenil, o Espaço Ubuntu de Literatura Afro-brasileira e muito mais.

Visando contemplar o público infantil, a Bebeteca contém um acervo que estimula os pequeninos a se envolverem na leitura desde cedo. É essencial esse tipo de incentivo, uma vez que o público leitor permanece, aumenta e se difunde cada vez mais.

Futurismo e acessibilidade

O que difere esse equipamento cultural é a sagacidade em mesclar o acervo presente com o avanço  tecnológico. Dos 75 mil livros, 10 mil já foram automatizados e podem ser acessados online. A experiência multimídia consegue atrair a atenção dos visitantes, que podem conhecer de diversas formas (audiovisual, sons, imagens, etc.) a abundância material do local.

A acessibilidade também é um tema importante, garantindo o acesso aos serviços para as pessoas com deficiência por meio do projeto Biblioteca Acessível. Mapas táteis, rampas nas entradas e saídas, banheiros adaptados, computadores com leitura de tela e uma infraestrutura inclusiva e democrática.

Para Almiraci Dantas, visitar a Biblioteca Pública deveria ser uma rotina para os conterrâneos. “Aprender mais sobre os grandes autores do nosso estado é uma forma de manter vivo o legado literário de personalidades ilustres, além de perpetuar um hábito imprescindível: a leitura”, explicou a diretora do equipamento.

Serviço

Biblioteca Pública Estadual Graciliano Ramos

Endereço: Praça Dom Pedro II, s/n, Centro

Horário de visitação: De segunda à sexta, das 9h às 15hs.

Entrada Gratuita.

Contatos: (82) 3315-7877

E-mail: [email protected]

Instagram: @bpegr

Facebook: @BPEGracilianoRamos