Alagoas

HGE é referência no atendimento a pacientes que sofreram queimaduras

17/09/2021
HGE é referência no atendimento a pacientes que sofreram queimaduras

Apesar das cicatrizes, Manuela é grata a equipe do CTQ do HGE por ter a vida salva. Foto: Carla Cleto

Ela carrega marcas de momentos sofridos, mas, que a fizeram forte, vitoriosa na luta que travou para sobreviver. Manuela Herculano, estudante universitária, de 37 anos, foi vítima de queimaduras graves, há oito anos, quando preparava o desjejum da família. Na batalha para sobreviver, contou com os cuidados e assistência especializada do único Centro de Tratamento de Queimados de Alagoas, localizado no Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.

“O CTQ foi primordial na minha recuperação. Quando apaguei, ao preparar o café da manhã, não tinha a mínima ideia de que acordaria numa realidade diferente. Foi neste ambiente, com outras vítimas de queimaduras e profissionais competentíssimos, torcendo e cuidando, que entendi que minhas cicatrizes contariam minha história muito antes de eu abrir a boca”, expôs a estudante universitária, explicando que, por onde anda, é observada devido às marcas que leva.

Manuela teve 70% do corpo queimado e teve a vida salva graças ao CTQ do HGE. Foto: Carla Cleto

O acidente aconteceu em decorrência de uma crise de epilepsia, no momento em que ela estava próxima ao fogão. Manuela teve 70% do corpo queimado; foram queimaduras de primeiro, segundo e terceiro graus, sendo que as maiores e mais graves atingiram seu rosto, pescoço e tórax e, praticamente, a deixaram sem orelhas.

“Ela foi submetida a vários procedimentos cirúrgicos, debridamentos, cirurgias plásticas. Algumas após a alta médica. A equipe chegou até a ter receio pela vida dela, uma vez que seu estado de saúde era muito grave. Manuela foi muito guerreira e os profissionais competentíssimos”, salientou o médico Paulo Teixeira, gerente do HGE.

Além das sequelas – De acordo com especialistas, o tratamento de um grande queimado pode durar meses, às vezes anos, e deixar cicatrizes irreversíveis. “A maioria precisa fazer cirurgias reparadoras e enxertos de pele. É um processo doloroso, que deixa cicatrizes para a vida toda. A queimadura mexe com o lado psicológico da vítima, especialmente quando atinge a face e isso pode trazer transtornos irreversíveis. Manuela soube levar isso com maestria. A equipe se orgulha dela”, afirmou a enfermeira Verônica Costa.

Centro de Tratamento de Queimados do HGE é o único do Estado para a assistência a pessoas que sofreram queimaduras. Foto: Carla Cleto

O Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Geral possui profissionais de várias áreas de atuação em saúde, correspondendo à visão mais atual das necessidades do paciente queimado. Com isso, os usuários se beneficiam da ação multiprofissional e interdisciplinar, com médicos (clínicos, pediatras, cirurgiões plásticos e anestesistas), enfermeiros e técnicos de enfermagem, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas.

Em média, são atendidas no CTQ, 600 vítimas de queimaduras ao longo de um ano e, destas, aproximadamente 200 ficam internadas e outras 400 recebem atendimento ambulatorial. A maior incidência de queimaduras ocorre na própria residência, como foi o caso de Manuela. Os principais agentes causadores das lesões são a escaldadura (contato com líquidos aquecidos), chama direta e combustível (álcool). Em geral, nos meses de maio e junho, o número de ocorrências aumenta em função do manuseio dos fogos de artifícios e das fogueiras.