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Chefe da UE pede ‘vontade política’ para criar defesa comum

15/09/2021
Chefe da UE pede ‘vontade política’ para criar defesa comum

Ursula von der Leyen em discurso no Parlamento Europeu, em Estrasburgo (foto: EPA) | Exército europeu é sonho antigo dos que desejam mais integração

A presidente do poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta quarta-feira (15) que o bloco precisa mostrar “vontade” para construir uma política de defesa comum que garanta sua independência militar.

A declaração foi dada durante discurso sobre o estado da União no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, e pode representar um novo impulso no antigo sonho dos europeístas de criar uma espécie de exército da UE.

Ainda controverso na União Europeia, esse objetivo seria uma maneira de fazer frente ao poderio militar de China e Rússia sem depender tanto dos Estados Unidos ou da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

“Trabalhamos com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em uma nova declaração conjunta que será apresentada antes do fim do ano. Mas isso é apenas uma parte da equação. Devemos fazer mais sozinhos”, disse Von der Leyen.

Segundo a chefe da Comissão Europeia, o bloco deve “ser capaz e querer” fazer mais no âmbito da segurança por conta própria.

“Mas se quisermos fazer mais, precisaremos explicar por que até agora não funcionou. Você pode ter as melhores forças de segurança do mundo, mas é preciso estar pronto para usá-las. O que nos impediu até agora? Não apenas uma falta de capacidade, mas também a falta de vontade política”, ressaltou.

Von der Leyen ainda confirmou que a UE fará uma cúpula sobre defesa no ano que vem, durante o mandato da França como presidente rotativa do bloco. A mandatária também defendeu a criação de um centro europeu de inteligência para facilitar o compartilhamento de informações entre os Estados-membros.

“Devemos estabelecer as bases para um processo decisório coletivo. Se os Estados-membros não compartilham suas informações em nível europeu, estamos fadados ao fracasso”, disse. (ANSA)