Alagoas
PCJE Online: psicólogas abordam prevenção ao suicídio em live
“As pessoas que cometem suicídio não querem necessariamente morrer, mas escapar de sentimentos dolorosos”. Foi o que disse a psicóloga Maria Lúcia Pereira durante a live do Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE) no PCJE Online, com o tema “Suicídio Não”. O encontro virtual, realizado na última segunda-feira (13), abordou medidas de prevenção ao suicídio e a campanha Setembro Amarelo.
O evento teve transmissão ao vivo no YouTube e contou com a participação de Maria Lúcia Pereira, e da também psicóloga Larissa Azevedo, que trouxeram um olhar profissional e didático ao tema. Clique aqui e assista na íntegra.
O debate foi iniciado pela profissional Maria Lúcia Pereira, que trouxe uma breve explicação da campanha Setembro Amarelo, que busca conscientizar as pessoas sobre o suicídio. A psicóloga contou que o movimento foi iniciado nos Estados Unidos, quando um rapaz de 17 anos cometeu suicídio e em seu velório a família distribuiu cartões amarelos com a frase “Se você precisar de ajuda, peça”. A partir daí, o amarelo foi associado a essa causa, sendo 10 de setembro o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio.
Maria Lúcia comentou que nossa sociedade não aborda o tema com frequência por ainda se tratar de um tabu, e por conta disso, ainda é comum surgirem frases com “suicídio é falta de Deus”, ou “quer morrer porque é fraco ou para chamar atenção”. “Essas são frases que machucam muito quem as ouve, por vezes fazendo as pessoas não se abrirem sobre isso. O suicídio acaba sendo uma forma de findar uma dor que aconteceu por vários motivos. Um último ato de alguém que está exausto de sofrimento”, disse a psicóloga.
A profissional também apresentou estatísticas sobre os casos de suicídio, mostrando que é algo que acomete 800 mil vítimas por ano, sendo praticamente uma morte a cada 40 segundos, e a segunda maior causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos. Segundo ela, os principais motivos estão entre problemas psicológicos, questões sociais ou econômicas, uso de drogas, problemas com a própria orientação sexual e o não reconhecimento da necessidade de um tratamento psicológico.
Prevenção ao suicídio
Já a psicóloga Larissa Azevedo iniciou sua fala com uma pequena dinâmica de “Verdadeiro ou Falso?”, destacando ser falsa a ideia de que falar sobre suicídio incentiva a prática. Segundo a profissional, é necessário que se fale cada vez mais, porém da maneira correta.
Ela prosseguiu sua fala citando algumas barreiras de prevenção ao suicídio, sendo os principais deles o tabu em falar sobre o tema e o estigma acerca disso. Além dessas barreiras, há também o fato das pessoas acreditarem ser algo raro e a romantização do ato. Contudo, a psicóloga também explicou que existem os fatores de proteção ao suicídio, como autoestima elevada, suporte familiar, laços sociais, espiritualidade e o acesso a serviços para cuidado da saúde mental.
A profissional revelou ainda que, no caso de conhecer alguém passando por isso, o correto é orientar a pessoa a buscar ajuda e também ouvir o que ela tem a dizer. “Escutem. Sem julgamento, sem invalidar o que a pessoa tá falando, sem dizer que ela não deveria sentir isso por ter uma vida boa, nem nada assim. É extremamente importante a gente ouvir as pessoas e validar o sentimento do que elas estão passando”, explicou Larissa Azevedo
Em seguida, ela falou a respeito do jornalista Daniel Goleman, que definiu os cinco pilares da inteligência emocional: conhecer as próprias emoções; aprender controlar as emoções; automotivação; empatia e um bom relacionamento interpessoal. A psicóloga finalizou a fala mandando uma mensagem a todas as pessoas que podem estar idealizando algum pensamento suicida. “A ansiedade, o medo ou a angústia estão tentando te enganar. Há uma saída. Não tenha medo ou vergonha de pedir ajuda. Enquanto você respirar, há saída”.
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