Política
Bolsonaro diz que é crime o TSE apagar pegadas de hacker
O presidente Jair Bolsonaro acusou nesta quarta-feira (4) o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de acobertar invasão ao sistema eleitoral da Corte que continha os códigos usados nas urnas eletrônicas. “O próprio TSE apagou os arquivos por onde andou o hacker e estaria ali a prova onde ele possivelmente adulterou. É inquérito que o TSE deveria dar prioridade máxima”, disse Bolsonaro em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan. “Isso é um crime. É um crime!”
Segundo o presidente, sobre as urnas eletrônicas, o TSE é “réu confesso”. Mais cedo, o presidente disse ter obtido acesso a provas de que um hacker havia conseguido acesso aos sistemas do TSE entre abril e novembro de 2018, período imediatamente anterior às eleições que o escolheram para o mandato de chefe do Executivo. A invasão teria, então, sido comunicada ao portal TecMundo. Desde novembro de 2020, o mesmo portal mantém no ar uma atualização sobre o caso em que desmente a versão dada por Bolsonaro hoje e diz que as informações acessadas seriam dos anos de 2001 a 2010 e, portanto, defasadas, ultrapassadas e inócuas para o uso em fraudes eleitorais.
Apesar de a versão já ter sido rebatida no ano passado, o presidente voltou a reforçar, sem provas, a hipótese de que sua chapa teria ganho “disparado” no primeiro turno das eleições de 2018. “Não quero inventar, mas são indícios fortíssimos”, disse.
Após ter sido aberto inquérito pelo TSE para apurar os ataques de Bolsonaro contra o sistema eleitoral, o presidente reforçou também os ataques contra o presidente da Corte, o ministro Luís Roberto Barroso. Segundo Bolsonaro, Barroso é mentiroso e propaga fake news, em especial, sobre a possibilidade de a proposta de recibo eleitoral, se aprovada, favorecer a compra de votos. “É triste chamar um ministro de mentiroso”, completou Bolsonaro.
Na segunda-feira (2), durante cerimônia do TSE de abertura dos trabalhos do semestre, Barroso indicou que a aprovação da proposta de voto impresso facilitaria a ação de milícias, do crime organizado e da compra de votos, assim como ocorreu em momentos em que o País havia adotado o voto impresso. Para o relator da medida na Câmara, o deputado Filipe Barros (PSL-PR), se não houver mudança na composição da comissão especial que analisa a proposta, o texto será derrotado.
Autor: Pedro Caramuru e Camila Turtelli
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