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Vítimas da Braskem promovem ato nesta quinta em Maceió

Card de divulgação do protesto de 8 de julho. Quem é contra o ato de 8 de julho, está alinhado com a Braskem no propósito de frear as reivindicações das vítimas.
O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) e a Associação dos Empreendedores no Pinheiro e Região Afetada convocaram um ato público para o dia 8 de julho que está sendo alvo de boicote por parte da Braskem. Desde a última manifestação em frente ao Ministério Público Federal, que durou seis horas, as organizações têm conquistado uma forte representação diante dos poderes públicos, levando as reivindicações centrais de moradores e empreendedores sobre critérios e prazos indenizatórios. Para interromper essa consecução de êxitos, a mineradora vem impondo, ao longo dos últimos dias, ações e discursos sórdidos que visam a deslegitimar ou enfraquecer o movimento a qualquer custo, obtendo apoio de diversas lideranças comunitárias.
Estratégias de desmobilização
A multinacional bilionária mantém acordos de cooperação técnica com diversas associações de moradores em Bebedouro, Mutange, Bom Parto, Alto do Céu e Vila Saem, tendo como atividades centrais o financiamento dessas organizações e o fornecimento de cestas básicas para distribuição às comunidades. Uma dessas ações de entrega de alimentos foi agendada para os exatos dia e horário da manifestação organizada pelo MUVB e a Associação dos Empreendedores, numa tentativa direta de desmobilização das vítimas.
No mesmo intuito, moradores vêm sendo explicitamente orientados por lideranças comunitárias, através de ligações telefônicas e grupos de WhatsApp, a não comparecer ao ato, com alegações de que a Braskem já está agilizando o processo de selamento e indenização dos imóveis. Aos moradores isolados socialmente, inclusive, foi recomendado permanecer em casa durante toda esta semana a fim de aguardar a ida de agentes enviados pela mineradora para dar início ao processo de realocação. Outro argumento utilizado é de que o MPF pode se voltar contra a população caso haja protesto ou até mesmo que há muita “politicagem” no movimento e as lideranças da Associação dos Empreendedores só defendem os interesses dos “grandes empresários do Pinheiro”.
Esclarecimento
É importante esclarecer que esses discursos servem a um único propósito: beneficiar a Braskem. Na inconsistência das alegações, que buscam qualquer alternativa para descredibilizar e fazer minguar um movimento frutífero, mora o objetivo sórdido de dar condições à mineradora para seguir empreendendo apenas ações de cunho assistencialista, que, apesar de não serem dispensáveis neste momento, custam pouco à empresa e tratam do problema superficialmente. Assim, a empresa continua a postergar o processo indenizatório, que atuaria diretamente nas causas do problema.
Mais especificamente a respeito dos ataques às organizações envolvidas com o ato, basta reafirmar que a atuação das lideranças é realizada de maneira totalmente pública, com reuniões abertas para informar todas as vítimas sobre o andamento das reivindicações. O MUVB não se alia a qualquer político ou instituição com fins eleitorais, defendendo unicamente os interesses das vítimas da Braskem no tocante à reparação do crime socioambiental cometido, assim como a Associação dos Empreendedores, composta por trabalhadores que dependiam exclusivamente de suas atividades em micro, pequenos e médios negócios, como padarias, salões de beleza e mercearias, e jamais por “grandes empresários”. Clicando aqui, é possível acessar o requerimento protocolado no MPF pelas organizações do ato público em que constam as reivindicações atuais para moradores e empreendedores afetados.
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