Política
Executivo da Sinovac cobrou fim de ataques à China para enviar insumos de vacina
A biofarmacêutica chinesa Sinovac, desenvolvedora da vacina Coronavac, cobrou diplomatas brasileiros sobre uma mudança de posicionamento do governo duas semanas após o presidente Jair Bolsonaro atacar a China. A cobrança ocorreu durante reunião em Pequim da qual também participou o presidente da Sinovac, Weidong Yan, em 19 maio. O executivo destacou a importância da alteração de comportamento político por parte do governo para enviar insumos ao Instituto Butantan, com o objetivo de produzir a vacina. A informação consta de documento enviado pelo Itamaraty à CPI da Covid, revelado pelo jornal O Globo e confirmado pelo Estadão.
Uma carta da embaixada brasileira em Pequim ao Ministério da Saúde relata que, em reunião com integrantes do laboratório brasileiro, Weidong Yan afirmou que a mudança no posicionamento do governo Bolsonaro poderia levar a uma relação “mais fluida” entre os países. Em mais de uma ocasião Bolsonaro se referiu à covid-19 como “vírus chinês”. Sugeriu, ainda, que o coronavírus foi fabricado em laboratório, na esteira de uma “guerra química”.
O Instituto Butantan tem sofrido cada vez mais com atrasos no envio do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) da China para o Brasil. Em abril, o envase da vacina chegou a ser paralisado, por causa do atraso na remessa do insumo.
Segundo o jornal O Globo, o presidente da Sinovac “fez questão de destacar a importância do apoio político para a realização das exportações, e mesmo a possibilidade de tratamento preferencial a determinados países”.
Senadores da CPI da Covid questionaram o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo durante o depoimento prestado por ele, em 18 de maio, sobre os ataques feitos à China.
Na ocasião, Araújo negou que tivesse ofendido diplomatas chineses e a cultura do país em geral. “Jamais ofendi o embaixador chinês”, afirmou o ex-chanceler. No ano passado, porém, Araújo teria até mesmo pedido a troca do embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, após confrontos relacionados a declarações sobre a pandemia.
Autor: Julia Affonso
Copyright © 2021 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
Mais lidas
-
1FREIO DE ARRUMAÇÃO
MP recomenda anulação da reeleição antecipada de Madson Monteiro na Câmara de Palmeira dos Índios
-
2DENUNCIADOS
Empresário Kel Ferreti, esposa e sócio são denunciados como líderes de organização criminosa em Alagoas
-
3OPERAÇÃO POLICIAL
“Coroa Tito”, líder do Comando Vermelho em Alagoas, morre em confronto com a PM em São Miguel dos Milagres
-
4DENÚNCIA E INVESTIGAÇÃO
Veja como ocorreu a denúncia que levou ao afastamento de padre em Penedo por suspeita de assédio sexual
-
5DENÚNCIA
Padre Fábio de Melo é denunciado ao Vaticano após confusão em cafeteria