No Ambulatório LGBTQIA+ do HMA os pacientes recebem tratamento com uma equipe multidisciplinar totalmente preparada para atendê-los, com especialidades como endocrinologia e mastologia, além dos profissionais de psicologia e serviço social. O serviço também assegura exames de imagem e laboratoriais, que são realizados na própria unidade hospitalar.
Entre as pacientes atendidas pelo Ambulatório LGBTQIA+ do HMA, está Ewa dos Santos, de 21 anos. Ela é natural de Maceió, reside no bairro do Benedito Bentes e se percebeu como uma mulher trans/travesti aos 18 anos, quando começou a sua transição. “Eu não me sentia à vontade enquanto uma pessoa cisgênera e, com o tempo, as coisas foram se adequando da forma que está hoje”, relatou.
Sobre a relação com a sua família, ela relatou que se sente privilegiada pelo apoio recebido. “Sei que muitas pessoas trans/travestis passam por coisas piores, como a expulsão de casa e agressão. Eu nunca passei por isso. Meu único problema é a questão do pronome, mas, isso eu vou corrigindo com o tempo”, salientou.
Como parte do tratamento multidisciplinar, Ewa fez o acompanhamento com psicóloga e relata a importância desse suporte. “Fiz o acompanhamento com a psicologia do Ambulatório LGBTQIA+, além de terapia durante um tempo e ajudou muito! Eu cheguei aqui uma pessoa totalmente deprimida e sai uma pessoa renovada”, ressaltou Ewa.
Sobre a recepção no HMA, ela ressaltou que se sentiu acolhida pela equipe. “Percebi que existe o interesse em nos ajudar, que é um ambiente totalmente respeitoso, onde seu gênero é respeitado, bem como, quem você é e seu pronome. Me senti acolhida. São profissionais preparados para este tipo de atendimento”, comemorou a jovem. Ela ainda diz já se sentir bem com o seu corpo e mente durante o tratamento. “O importante é se sentir bem. Quando você se sente bem, não há nada que faça você ter dúvida, o que te leve a algo que você não imagina”.
Consciente da sua condição, Ewa orienta as pessoas que, assim como ela, pretendem passar pelo tratamento. “Diria para ter paciência, procurar se entender mais e buscar ajuda, porque a gente sabe que existem vários métodos superperigosos e que fazem muito mal. Então, é necessário procurar ajuda médica, porque eles vão te ajudar da melhor forma possível e você será muito bem acolhida, onde terá o apoio de pessoas que se importam com você e com o seu corpo”, recomendou Ewa.
Terapia – A psicóloga responsável pelo acompanhamento dos pacientes do Ambulatório LGBTQIA+, Débora Correia, ressaltou a importância da terapia durante o tratamento. “Fazemos um trabalho de acolhimento das pessoas LGBTQIA+, avaliando se o tratamento está sendo benéfico emocionalmente para o paciente. A gente sabe de todas as alterações que o hormônio causa no corpo e na mente. Então, buscamos estar mais perto para dar mais conforto, para tirar as dúvidas”, salientou.
O Ambulatório LGBTQIA+ já busca ir além das paredes do HMA, segundo ressalta Rosemar Alexandre, supervisora do Serviço Social. Ela relata que, além de traçar o perfil social dos pacientes, os profissionais buscam inseri-los da melhor forma na sociedade e proporcionar as devidas oportunidades: “Temos pacientes de 18 a 69 anos e, através desse estudo social, podemos buscar oportunidades para que sejam inseridos socialmente e que concluam todo o tratamento sem dificuldades”, assegurou.
“Entregar um tratamento de qualidade para todos os alagoanos sem distinção é o nosso dever, e dar oportunidade para que essas pessoas possam fazer seu tratamento, com toda a segurança, é essencial. Assim, entregamos um tratamento seguro, em um ambiente humanizado, com o acompanhamento necessário e 100% SUS”, finalizou Marcos Ramalho, secretário executivo de Ações de Saúde e diretor do Hospital Metropolitano de Alagoas.
Serviço – Para mais informações, o paciente pode entrar em contato através do telefone (82) 3373-9641 e agendar avaliação e consulta com os especialistas no Hospital Metropolitano de Alagoas, localizado no bairro Cidade Universitária.