Esportes
Após sete meses de paralisação, seleção mira Eliminatórias e Copa América
Passados mais de sete meses desde a sua última partida (o último jogo foi nos 2 a 0 sobre o Uruguai, em Montevidéu, no dia 17 de novembro de 2020), a seleção brasileira volta a ser assunto com a convocação da lista de jogadores para os jogos eliminatórios da Copa do Mundo de 2022, marcado para esta sexta-feira, às 11h na sede da CBF. Por conta da pandemia da covid-19, a Fifa e a Conmebol optaram por cancelar a quinta e a sexta rodadas das Eliminatórias, que estavam previstas para os dias 25 e 26 de março. Agora, com essa retomada, o técnico Tite tem a missão de preparar a equipe para os confrontos do dia 4 de junho, contra o Equador, em Porto Alegre e depois, no dia 8, para encarar o Paraguai em Assunção.
Pela tabela anterior à paralisação, o Brasil enfrentaria a Colômbia no dia 25 de março e a Argentina seria o seu adversário da sexta rodada. A Conmebol, agora, marcou a volta da competição com jogos da sétima e da oitava rodadas. Esses serão os últimos confrontos da seleção brasileira antes da disputa da Copa América. O torneio será disputado de 13 de junho e 20 de julho e as partidas estão previstas para acontecer na Argentina e na Colômbia.
A convocação passa por uma renovação que o treinador vem realizando aos poucos. Desde o título da Copa América em 2019, no Brasil, novos nomes vem ganhando espaço enquanto jogadores mais rodados começam a sair de cena. Veteranos como Cassio, Daniel Alves, Filipe Luís, Miranda, Fernandinho e William não foram chamados para os jogos das Eliminatórias da Copa.
A expectativa fica por conta de nomes que vêm se destacando no Brasil, como são os casos de Gabigol e Gerson do Flamengo. Casemiro e Vinícius Júnior, do Real Madrid são peças também dadas como certa nesta nova fase de trabalho do treinador. Á única certeza é que diante da renovação feita, Neymar segue como principal nome do grupo.
“O Neymar amadureceu muito e ampliou a área em que atua e, além de artilheiro, cria jogadas para os demais. Ele ampliou a área em que atua e, além de artilheiro, cria jogadas para os demais. Ele agora é o que chamamos de ‘arco e flecha’ – ele pode armar e terminar as coisas. Ele aumentou seu arsenal”, afirmou o treinador no início de março deste ano.
Goleiro de quatro Copas do Mundo e também com passagem pelo comando técnico da seleção, Emerson Leão vê Tite bem preparado para colocar a casa em ordem após essa paralisação. “O problema é nenhum. O Tite tem um conhecimento muito grande dos seus jogadores. O cuidado a ser tomado é sobre o comportamento dos atletas em relação ao isolamento nesse período.”
No entanto, Leão falou que a dificuldade pode aparecer mesmo é fora de campo. “Acho que vai ser complicado conseguir a liberação dos clubes para cederem os atletas. Eles não estão querendo liberar os jogadores nem para as Olimpíadas”, comentou o ex-goleiro.
Já a expectativa do ex-são-paulino Silas é sobre a convocação. Ele entende que alguns atletas que estão atuando no Brasil têm condições de defender a seleção brasileira.
“O Gabigol está numa fase muito boa e merece uma nova chance. Volante pela esquerda, aponto o Gerson para jogar com o Casemiro no meio-campo. Temos ainda o Pedro, que é uma ótima opção para jogar na área. Agora minha expectativa está na lateral direita. Quem ele vai chamar. Tem o Gabriel Menino do Palmeiras. Não sei se ele vai chamar os veteranos. São atletas de muita qualidade, mas acho que está na hora de uma renovação”, comentou o ex-jogador que defendeu o Brasil nos Mundiais de 86, no México e de 90, na Itália.
Para o ex-volante Elzo, titular da seleção brasileira na Copa de 86, Tite vai encontrar um pouco de dificuldade principalmente pela falta de treinamento com seus atletas. “Fui jogador de seleção brasileira e sei da importância desses dois títulos. Acredito na força da seleção, mas acredito que vai precisar de um pouco de superação. Mas vejo o Brasil como favorito”, falou o ex-jogador que defendeu o Atlético-MG e o Palmeiras.
Em meio a essa retomada de disputa na América do Sul, o Brasil inicia os trabalhos pensando em manter o ritmo de seus primeiros quatro jogos no torneio. Com 100% de aproveitamento, a seleção lidera a competição de forma isolada com 12 pontos após golear a Bolívia (5 a 0), e passar por Peru (4 a 2), Venezuela (1 a 0) e Uruguai (2 a 0).
Nesse período de quarentena, o técnico Tite também se enquadrou no home office. Após a primeira reunião virtual encabeçada pelo coordenador técnico Juninho Paulista, em que toda a comissão técnica esteve presente, Tite buscou soluções para manter a metodologia de trabalho e as ideias gerais sobre o time em encontros semanais. Os cuidados com a preparação física também entraram na pauta. Coube ao preparador Fabio Mahseredjian ficar em contato com os atletas mais assíduos nas convocações de Tite para que mantivessem a forma no período de paralisação do futebol.
Desde que as atividades esportivas foram retomadas no Brasil, seu estafe vem acompanhando o trabalho dos atletas. Aspectos como minutagem de jogo, desgaste físico por conta dos jogos, seguidas lesões e ainda o estado de saúde em relação à covid-19 vem sendo observado de perto para facilitar a missão do treinador no momento de definir a lista de convocados que sai nesta sexta-feira.
Autor: Toni Assis, especial para o Estadão
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