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Um ano diferente
Medida provisória do Governo flexibilizou o ano letivo de 2021. Atividades remotas passam a ser permitidas, com o aval das redes de ensino e/ou instituições especializadas. A flexibilização vale para a educação básica e também a superior. Assim, até o final de 2021, os currículos poderão ser reorganizados, com a divisão da carga horária entre atividades presenciais e remotas.
Serão igualmente flexibilizados os critérios de avaliação, mas com uma forte recomendação de que os alunos sejam aprovados em seus esforços, e não reprovados. Há um grande empenho par que haja uma clara recuperação da aprendizagem, sem dúvida prejudicada pelos muitos meses de quarentena.
É nesse aspecto que entramos com a sugestão de que, ao geminar os anos de 2020 e 2021, façamos o seguinte procedimento: as aulas de 2021 seriam dadas de acordo com os programas daquele ano: o uso remoto do processo contemplaria os conteúdos de 2020, devidamente cobrados pelos respectivos professores. O ensino básico seria devidamente monitorado para reorganizar as perdas havidas.
Devemos nos preparar para riscos facilmente previsíveis. O primeiro deles é a precarização em instituições privadas, com a provável redução no número de professores. Haverá sem dúvida uma febre de aulas gravadas e talvez a ampliação do número de alunos em classe. Escolas que só visem ao lucro serão grandemente beneficiadas, pois o que menos preocupa os seus dirigentes é o bom cumprimento dos ideais da Base Nacional Comum Curricular, com os seus sagrados postulados.
Estudiosos da educação brasileira temem que isso afete especialmente os futuros alunos do 1º ano do ensino médio e do 6º ano do fundamental, onde as médias são mais sujeitas às flutuações da avaliação descuidada.
A volta às aulas presenciais não poderá ser feita de qualquer maneira. Ela deverá estar sujeita aos naturais cuidados sanitários. Os horários de entrada e saída precisam ser organizados de forma a evitar as condenáveis aglomerações e a oferta generosa do álcool em gel, para alunos, professores e funcionários. A Covid-19 é traiçoeira e pode voltar quando menos se espera, como aconteceu em diversos outros países.
É certo que tudo isso mudará de figura com o começo da vacinação em massa, o que se prevê venha a ocorrer no primeiro trimestre de 2021. Até lá, como se diz, todo cuidado é pouco.
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