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A glória dos 100 anos

24/03/2021
A glória dos 100 anos

                  O dia 17 de março marca uma data excepcional. É quando se comemora, entre parentes e amigos, o centenário do Dr. Meer Gurfinkel. Trata-se de um grande médico  e uma figura humana ímpar. Exerceu a medicina com devoção, fazendo jus às homenagens recebidas quando entrou para a Academia Nacional de Medicina, numa linda cerimônia em que estivemos presentes, na sede do centro da cidade. Todas as palavras ali ditas refletiram os seus incontáveis méritos e os aplausos jamais serão esquecidos.

                 O nosso conhecimento veio inicialmente das atenções com que tratou duas mulheres excepcionais: primeiro Dona Fany Niskier, minha adorada mãe, e depois a Professora Paulina Dain Buchmann, não menos adorada sogra e minha primeira mestra, no Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Para as duas o Dr. Meer era uma espécie de deus da saúde. Suas recomendações jamais foram contestadas e elas passaram o sentimento para os seus descendentes.

                O Dr. Meer casou com Clara e viveu uma vida feliz por muitos anos. Tiveram dois filhos muito amados, a Dorinha e o Sílvio, este também médico, que foi primeiro colocado no curso  feito na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Um orgulho para ele e seus incontáveis amigos.

                 Recebo um telefonema da Dorinha, que é pasicóloga, com um pedido direto: “Queremos homenagear o papai e peço que você, seu bom amigo, faça uma gravação de 10 segundos sobre ele.” Como dizer toda a minha admiração em tão pouco tempo? Admiração e gratidão pelas atenções recebidas praticamente em toda a minha vida. Fiz o que era possível: “O Dr. Meer é uma figura excepcional de médico e ser humano. Se houvesse outros tantos que nem ele, a nossa vida seria muito melhor. Shalom.”

               Lembro ainda que o Dr. Meer era um leitor cuidadoso dos jornais da cidade. Bastava que saísse uma nota a respeito de um dos seus clientes para que ele recortasse e enviasse para o homenageado. Prova de carinho permanente. Era também extremamente modesto. Nunca pedia nada para si. Por isso mesmo, sem dúvida, merece todas as homenagens que lhe serão prestadas pelo centenário.