Esportes
Feliz com jovens, Holan agora quer encontrar modelo de jogo em meio a testes
Dificilmente Ariel Holan poderia ter um início de trabalho à frente do Santos com jogos de tanto peso. Afinal, após começar a sua trajetória em um clássico – a derrota por 4 a 0 para o São Paulo, no sábado – já precisou encarar um primeiro jogo de mata-mata pela Copa Libertadores – o triunfo por 2 a 1 sobre o Deportivo Lara, na terça-feira.
E tudo isso em meio a perdas no elenco, proibição de contratar, desfalques e aposta em jovens. Não à toa, Holan modificou quase meio time – 5 dos 11 titulares – entre um compromisso e outro. E deixou claro que a principal preocupação neste início de trabalho é encontrar um sistema de jogo.
“O rival se posicionou com cinco defensores. Colocamos quatro atacantes, mas pedimos para Sandry e Pirani ocuparem as costas dos meio-campistas rivais. Fizemos bem em alguns momentos, em outros, não. Em poucos dias a equipe busca um sistema de jogo. Buscaremos que esse sistema seja o mais eficaz no menor tempo possível. Com muitos jovens”, disse Holan, comentando o desempenho da equipe no jogo de ida da segunda fase preliminar da Libertadores.
Em seus dois primeiros compromissos, Holan não pôde contar com jogadores titulares na temporada 2020, como Pará e Marinho, que haviam contraído o coronavírus, e Kaio Jorge, que está lesionado. Além disso, titulares absolutos, o volante Diego Pituca e o zagueiro Lucas Veríssimo deixaram a Vila Belmiro após a final da última Libertadores.
E o que tem se visto são muitas chances para jovens, que estão deixando Holan “feliz”. “Estou muito feliz, muito feliz, pelo Kaiky, pelo Vinicius (Balieiro), Ângelo, Pirani… Nossa média de idade era de 22 hoje. Fico feliz porque estamos trabalhando pelo futuro do Santos”, disse.
Diante do Deportivo Lara, Holan escalou o Santos com cinco mudanças. Trocou John por João Paulo, em um rodízio no gol que marcou a passagem de Cuca pela Vila Belmiro, improvisou Vinicius Balieiro na lateral direita, ao invés de usar Sandro, deu chance a Kaiky na zaga, no lugar de Luiz Felipe, e apostou em Marcos Leonardo e Ângelo no ataque, sacando Jean Mota e Bruno Marques.
Essa última mudança fez, inclusive, o Santos jogar com 4 atacantes contra o Deportivo Lara, com o quarteto sendo completado por Lucas Braga e Soteldo. Isso também ocorreu na temporada 2020, sob Cuca, com Marinho e Kaio Jorge ao lado deles em alguns dos melhores momentos do time vice-campeão da Libertadores.
“Foram duas partidas totalmente distintas. O clássico foi uma partida muito anormal, em condições muito estranhas. No primeiro tempo, a equipe teve a atitude que eu quero que tenha. Esta partida foi distinta porque o rival se fechou na defesa buscando o contra-ataque, a bola parada, fechando nossos espaços, e creio que nossa equipe tratou, de diferentes maneiras, de quebrar essa linha”, comentou o treinador argentino.
Os testes de Holan devem prosseguir nos próximos jogos. Afinal, alguns titulares devem ficar à disposição do treinador, que pode rodar o elenco no sábado, diante do Ituano, na Vila Belmiro, antes do duelo decisivo com o Deportivo Lara, terça-feira, na Venezuela.
Autor: Leandro Silveira
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