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O dilema das redes sociais

Através da Netflix foi possível assistir em casa ao lançamento do filme “O dilema das redes sociais”. Na verdade, é um libelo contra os excessos cometidos pelos responsáveis pelo Google e Facebook, mais preocupados com os resultados financeiros das suas operações do que com qualquer outra coisa.
Vê-se claramente de que maneira, em diferentes países, como os Estados Unidos e no Brasil, há um claro processo de manipulação dos usuários, atingindo especialmente as camadas mais jovens das respectivas populações. Há um apego exagerado ao celular, com horas seguidas de atenção às suas mensagens, algumas das quais podem muito bem ser fake news. Não há o devido cuidado para separar o joio do trigo. O filme americano mostra como isso aconteceu nas últimas eleições presidenciais brasileiras. O fenômeno também se passa nas eleições americanas. Mensagens falsas levam a lamentáveis e incontornáveis equívocos, o que não pode ser desejado nem admitido quando se trata de democracias consolidadas. Até o caso das nossas tristes queimadas é abordado nessa oportuna película. A crise climática e ambiental é focalizada, com prejuízos à fauna, à flora e ao agronegócio.
Esse documentário enfocou o funcionamento dos algoritmos e da nossa manipulação. Isso levou a uma intensa presença do vício em tecnologia, resultado de uma vulnerabilidade em nosso cérebro, sobretudo quando se é mais jovem. É claro que se pode mudar a realidade, mas esse tem sido um enorme desafio, que se corrige com a devida e indispensável regulação e transparência. O acesso grátis às redes sociais, como prevêem os técnicos de Stanford, precisa de uma necessária revisão, para nos tirar dessa aparente escravidão. A existência das plataformas não pode ser justificada apenas pelo lucro da sua operação. Devemos pugnar por novos direitos e leis para uma vida digital democrática. As big techs devem ser contidas em sua expansão ilimitada, como aconteceu com a Amazon, Microsoft, Apple, Facebook e Google, que se desenvolveram extraordinariamente mesmo em tempos de pandemia.
Os feitos da Inteligência Artificial, produto das grandes empresas do Vale do Silício, devem ser contidos nos estritos limites do verdadeiro interesse público, como se demonstrou no filme mencionado. Que a liberdade seja acompanhada do bem-estar da humanidade, sem os exageros condenáveis, puramente comerciais.
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