Alagoas

Entrevista: “O retorno das atividades escolares nesse momento seria precoce”, avalia presidente da AMA

03/09/2020
Entrevista: “O retorno das atividades escolares nesse momento seria precoce”, avalia presidente da AMA

“O retorno das atividades escolares nesse momento seria precoce”, avaliou a presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Pauline Pereira, na noite desta terça-feira (01), durante mais um programa Direto da Província, apresentado pelo jornalista Luis Vilar e transmitido pelo Instagram do portal CadaMinuto (portalcadamin).

De acordo com Pauline Pereira, tudo está se encaminhando para que as atividades escolares retornem em outubro, mas os gráficos apresentados à AMA por meio da Secretaria de Saúde do Estado (Sesau) causaram bastante preocupação com relação a esse retorno. “Os dados nos deixaram receosos, principalmente com a evolução dos casos entre crianças de 1 a 4 anos. Um retorno ainda este mês seria muito precoce. O correto é aguardar, no mínimo, mais três semanas para reavaliar a evolução desse gráfico”.

Ela ressalta ainda que a Sesau ficou de apresentar, até a próxima semana, um novo levantamento informando se os casos no Estado estabilizaram ou não. “Só a partir dessa informação poderemos reabrir as nossas escolas”, afirmou.

A presidente da AMA destacou que esse é um momento muito difícil e pontuou alguns desafios referentes ao retorno às aulas. “Precisamos analisar vários aspectos antes de iniciarmos as atividades escolares, a exemplo da saúde das crianças, os cuidados com os profissionais da educação que fazem parte do grupo de risco, transporte escolar, alimentação, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), testagem da covid-9… tudo isso tem que ser pensando e planejado agora”, disse.

Com relação à volta das atividades escolares nos municípios alagoanos, Pauline ressalta a importância de garantir a autonomia dos prefeitos para retomada das atividades escolares e que o protocolo de retorno deve ser seguido com base nas orientações Sesau. “A retomada das atividades não pode ser igual para todos os municpios. Cada gestor vai avaliar seu município de forma individual. Analisar de acordo com a realidade de cada localidade, a exemplo da quantidade de casos e recursos destinados ao município. Mas é importante que as diretrizes sejam seguidas conforme orientação da Sesau”.

Continuidade de programas  

Pauline alerta também que uma das grandes preocupações e orientações da AMA é com relação à evasão escolar. “A gente não pode perder o vínculo com os nossos alunos, porque isso resultará em 2021 na perda de recursos do Fundeb. Isso significa perda de recursos para os municípios que viverão uma realidade muito difícil no pós-pandemia”, afirma.

Questionada sobre a articulação dos municípios com o Governo do Estado para atuar no pós-pandemia, Pauline mencionou que a AMA vem discutindo com o governador Renan Filho a possibilidade de retomada de alguns programas, a exemplo da efetivação das Cestas Nutricionais e do Programa do Leite, por meio do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep). “Os municípios têm sofrido bastante sem a efetivação desses programas. É importante que o Fecoep chegue para ajudar os municípios nesse momento pós-pandemia, agora ainda mais com a redução do auxilio emergencial”.

Com relação ao Pacto Federativo, Pauline ressalta que não se pode pensar nele antes da elaboração de um novo censo do IBGE. “Essa nova contagem é importante para que o pacto possa se basear pela população”, finalizou.