Economia

Taxas de juros marcam mínimas em manhã de otimismo externo com vacina

24/08/2020

Os juros futuros acentuaram a queda em linha com as mínimas do dólar no mercado doméstico nesta segunda-feira. Depois de uma abertura praticamente estável, o DI para janeiro de 2022 marcou mínima a 2,74% ante 2,80% na abertura, mesma taxa no ajuste de sexta-feira. DI para janeiro de 2025 marcou mínima a 5,68% ante 5,74% na abertura e 5,76% no ajuste da última sessão. DI para janeiro de 2027 marcou mínima a 6,69% ante 6,75% quando o mercado futuro abriu e 6,79% no ajuste da sexta-feira. O DI para janeiro de 2029 marcou mínima a 7,27% ante 7,34% na abertura e 7,38% no ajuste anterior.

A queda acontece por influência do exterior, envolvido em uma onda de otimismo com a notícia de uma possível vacina contra o novo coronavírus vir a ser usada nos Estados Unidos antes das eleições presidenciais, marcadas para novembro deste ano.

A cena doméstica traz um contraponto negativo. O presidente Jair Bolsonaro voltou a usar publicamente o tom autoritário e estranho à Presidência da República contra um jornalista em serviço e foi duramente criticado por parlamentares de diversos partidos – entre eles MDB e PSDB – e por entidades, como a OAB. Isoladamente o fato poderia ter pouca repercussão, mas quando observado conjuntamente à revolta de senadores e também do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, contra as declarações de Guedes “ofendendo” o Senado tende a ganhar atenção.

Na semana, há expectativa sobre indicadores e, especialmente, sobre o pacote econômico apelidado de “Big Bang” pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que será lançado amanhã. O pacote embala diferentes medidas já existentes, como algumas propostas de privatizações e a transformação do Bolsa Família no Renda Brasil, e também cortes de despesas, atração dos investimentos privados, entre outras.

Nesta terça também será conhecido o IPCA-15. O IGP-M de agosto e Pnad Contínua serão divulgados na sexta-feira (dia 28). Na quinta-feira, será conhecido o PIB dos Estados Unidos no segundo trimestre. No mesmo dia, o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, discursa no simpósio de Jackson Hole.

A FGV divulgou mais cedo que o IPC-S perdeu tração na terceira quadrissemana de agosto. O indicador teve alta de 0,51%, 0,01 ponto porcentual abaixo da taxa anterior, de 0,52%.

Na sexta-feira, a curva de juros encerou com precificação de 100% de chance de Selic estável, com todas as taxas acima do CDI de 1,90%. No Focus de hoje, a Selic no fim de 2020 permaneceu em 2,00% ao ano, mas passou de 2,75% para 3% no fim de 2021.

Autor: Karla Spotorno
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