Economia
Dólar recua a R$ 5,3677 com visão de alívio fiscal
Após um dia de estresse ontem, que levou o dólar a subir perto de 2%, o mercado de câmbio devolveu nesta quinta-feira, 13, em cotação e a divisa americana, que fechou a R$ 5,3677, voltou para a proximidade da cotação do último dia 6 de agosto (R$ 5,3432). No exterior, o moeda dos Estados Unidos teve comportamento misto, mas perdendo valor frente a outras relevantes como o rublo e peso Mexicano. O movimento de realização deixou o mercado de câmbio praticamente descolado dos outros, como acionário e de juros futuros, onde prevaleceu a direção negativa no exterior e os receios ainda com a questão de descontrole de gastos públicos.
“Ontem o BC só interveio ontem porque uma alta perto de 2% não cheira a consistência de subida, mas de especulação. Isso explica porque está devolvendo hoje nessa magnitude. Tanto que, do pico de ontem, em R$ 5,49, para a mínima de hoje, R$ 5,35, são R$ 0,14”, disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Para ele, houve alívio com as declarações conjuntas dos chefes dos Poderes Executivo e Legislativo, ontem à noite, com a fala dos presidentes da República, Jair Bolsonaro, da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Muito embora tenha retroagido hoje, o gerente ressalta que o dólar tem estado mais alto, precificando uma insegurança implícita há algum tempo. Nesse sentido, diz, há dois ranges que estão sendo seguidos. A faixa estreita e mais comum, com cotações entre R$ 5,25 a 5,35, e a mais larga entre R$ 5,10 e R$ 5,40.
Na avaliação de Alexandre Almeida, economista da CM Capital, não apenas essa semana como nas anteriores, o mercado tem se pautado pela preocupação maior com lado fiscal. “Mas, hoje, essa posição mais incisiva de Guedes mostrando comprometimento maior do governo com o teto de gastos ajudou”, disse, ressaltando que a posição do ministro mostrou que consegue trazer para a sua órbita o Legislativo em prol da condução de expectativas que possam ser positivas para o quadro fiscal. “A reação do câmbio foi de uma minimização do risco que estava se acelerando.”
Autor: Simone Cavalcanti
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