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Abandono Escolar
Nessa época de transformações digitais, o IBGE anuncia a PNAD Contínua da Educação 2019,com alguns registros muito importantes. O dado positivo é que 95% dos jovens entre 6 a 14 anos estão na escola, mas isso é acompanhado de um fato terrível: entre 15 a 29 anos há 10 milhões que se encontram fora dos bancos escolares, o que abrange sobretudo pobres, negros e nordestinos. Eles não concluem nenhuma etapa básica, em geral sob a alegação da necessidade de trabalhar (39,1). O segundo motivo é a falta de interesse em estudar (29,2%). É a geração nem-nem (nem estudam nem trabalham).
Outro dado discutível é o número de 11 milhões de analfabetos acima dos 15 anos de idade. Já fram 12 milhões, mas ainda assim não pode haver conformismo diante de tal cifra. Estamos ainda longe de cumprir o que determinado pelo Plano Nacional de Educação, de resto descumprido em toda linha.
Há uma nítida desigualdade na educação brasileira: os jovens negros passam em média quase dois anos a menos na escola (8,6 anos) do que os brancos (10,4). A taxa de analfabetismo é quase três vezes maior entre os negros. Como haver conformismo diante desse quadro?
O início da evasão escolar ocorre do 6º ao 9º ano, marcando um indesejável racismo educacional, o que está a exigir ações públicas rigorosas. Depois da pandemia, esses lentos avanços educacionais precisam ser energicamente combatidos, a começar por uma determinada prioridade necessários investimentos em educação.
A manter-se o atual ritmo de atendimento à alfabetização, levaríamos ainda 33 anos para atingir o que deseja o que deseja o Plano Nacional de Educação, ou seja, vamos manter boa parcela da nossa população vivendo nas trevas da ignorância. Por isso mesmo, é criticável a pouca atenção dada nos meios oficiais a programas importantes, como o Educação de Jovens e Adultos (EJA), hoje relegado, do ponto de vista orçamentário, a uma posição rigorosamente secundária.
Embora haja uma taxa de redução do abandono escolar, lamenta-se que ela se concentre basicamente na região Nordeste, onde há 6,2 milhões de pessoas analfabetas (dos 11 milhões existentes). Isso prova como estamos distantes de uma política nacional justa e equilibrada.
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