Economia
Índice de evolução da produção cai de forma intensa em abril, diz CNI
Os efeitos da crise causada pelo novo coronavírus se intensificaram no desempenho da indústria em abril, aponta a pesquisa Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). No mês, os índices de nível de produção e de número de empregados registraram as quedas mais intensas da série mensal.
A evolução da produção ficou em 26 pontos em abril, ante os 33,3 pontos registrado em março – quando o índice já tinha apresentado forte contração – aumentando a distância negativa da linha divisória dos 50 pontos. Pela metodologia da pesquisa, valores acima de 50 pontos indicam aumento da produção e abaixo, queda da produção.
“A queda de intensidade e disseminação recordes de abril se dá após o recorde anterior, apurado em março”, aponta a CNI. O índice de evolução da produção em abril de 2019 ficou em 49,6 pontos.
Já o índice de evolução do número de empregados registrou 38,2 pontos, ante 44,6 de março. Em abril de 2019, o dado era de 48,8 pontos.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) também apresentou quedas drásticas, com recuo de nove pontos percentuais ante março. A UCI ficou em 49% no mês passado. Ou seja, mais da metade da capacidade instalada das empresas está ociosa. No mesmo período de 2019, a UCI atingiu 66%. O índice de UCI efetiva em relação ao usual, que procura medir o quão a atividade industrial está aquecida, recuou para 23,9 pontos em abril.
“O índice acumula recuo de 21,4 pontos nos últimos três meses e atinge, em abril, novo piso histórico. Assim, mostra atividade excepcionalmente baixa”, afirma a pesquisa.
A entidade também aponta que os estoques se reduziram e mantiveram-se no nível planejado pela indústria. A CNI explica que a interrupção das vendas resultou numa resposta “intensa e imediata” na produção, de forma que não houve elevação indesejada de estoques.
O índice de evolução dos estoques ficou em 48,2 pontos em abril. “Já o índice de nível de estoque efetivo em relação ao planejado ficou em 49,8 pontos, ou seja, mostra estoques no nível planejado pela indústria”, diz.
Pessimismo
Segundo a pesquisa, a maioria dos índices de expectativas registrou melhora em maio. Mesmo assim, os números seguem negativos. O índice de expectativa de demanda, por exemplo, subiu 3,2 pontos, para 35,1. Apesar da ligeira melhora, o dado ainda fica bem abaixo da linha divisória de 50 pontos.
“Ou seja, a expectativa é de queda na demanda”, aponta a CNI.
Já o índice de expectativa de número de empregados cresceu 2,9 pontos, para 38,1 em maio.
Ainda segundo o entidade, o índice de intenção de investir praticamente não se alterou em maio, após a forte queda de abril. “O indicador havia recuado de 58,3 pontos em março, para 36,7 pontos, em abril e agora encontra-se em 36,9 pontos”, registra.
Autor: Amanda Pupo
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