Economia
Bolsas da Europa fecham em alta, apoiadas por medidas de bancos centrais
As bolsas da Europa fecharam com ganhos, com a exceção de Lisboa. Os investidores responderam positivamente ao arsenal de medidas de bancos centrais e governamentais para conter o avanço do covid-19 e os impactos na economia. O pregão no Velho Continente foi marcado ainda pela volatilidade. Em meio à paralisação do setor produtivo ao longo do globo, os bancos centrais usam mais recursos para tentar reanimar as economias.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 2,91%, aos 287,80 pontos. Ele registrou seu maior ganho porcentual diário desde 29 de junho de 2016, mas ainda cai 30,79% até agora neste ano.
Um dia depois de ter detalhado seu programa de compras de “commercial papers” em parceria com o Tesouro britânico, o Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu em reunião extraordinária cortar a taxa de juros em 15 pontos-base, a 0,10% ao ano. A autoridade também expandiu seu programa de compra de bônus já existente em 200 bilhões de libras, para 645 bilhões de libras. Para a Capital Economics, o BoE se viu forçado a agir, diante do estresse nos mercados e para apoiar a recuperação diante dos problemas causados pelo coronavírus. Na noite anterior, o Banco Central Europeu (BCE) disponibilizou um novo programa temporário de compra de ativos no valor de 750 bilhões de euros.
Segundo a Eurasia, a ação do BCE foi necessária para segurar a crescente preocupação nos mercados financeiros, “criada pelos próprios erros do banco e por uma crescente corrida global por dinheiro que está pressionando os spreads por toda a zona do euro”.”No entanto, a intervenção do BCE tornará mais difícil a construção de consenso político a favor de ações fiscais coletivas no nível da zona do euro, desincentivando líderes da UE a pensar criativamente sobre o uso do Mecanismo Europeu de Estabilidade ou construindo algo mais ambicioso, como um ‘coronabonds’, por exemplo”, avalia a instituição.
O Banco Central suíço também decidiu manter seu juro, já negativo em 0,75% ao ano, além de sinalizar coordenação com o governo local. Para o ING, está claro que o principal instrumento de política monetária do BC da Suíça é intervir no mercado cambial. O ING vê a admissão do BC suíço de que faz essas intervenções como um sinal de que elas devem continuar a ocorrer “nos próximos dias e semanas”.
Entre as notícias do bloco, destaque para a crise no setor produtivo, com fechamentos de montadoras e também de companhias em outros setores. A ArcelorMittal anunciou hoje que está reduzindo sua produção em várias instalações na Europa por causa da diminuição da demanda. A britânica do setor aeroespacial Meggitt também atualizou seus prognósticos para o ano para um viés bem mais negativo.
Na agenda de indicadores, o índice Ifo de sentimento das empresas da Alemanha recuou a 87,7 em março, sua maior queda desde 1991.
Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 1,40%, em 5.151,61 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX avançou 2,00%, a 8.610,43 pontos. Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 teve ganho de 3.855,50 pontos.
Na Itália, o índice FTSE MIB encerrou o pregão em alta de 15.466,97 pontos. As ações da Fiat registraram queda de 5,13%.
O índice Ibex 35, da Bolsa de Madri, fechou em alta de 6.395,80 pontos. Em Lisboa, o índice PSI 20 foi na contramão da maioria e caiu 1,26%, a 3.596,08 pontos.
Autor: Marcela Guimarães
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