Economia
Mau humor externo contamina Ibovespa, que aponta fechar janeiro em baixa
Indicadores fracos da zona do euro se somam à continuidade de espalhamento da epidemia do coronavírus para outras partes do globo, além da China, fatores que geram mau humor nos mercados. O Ibovespa é nesta sexta-feira, 31, contaminado pelo pessimismo externo, em dia de agenda relativamente fraca. Na quinta, terminou em leve alta de 0,12%, aos 115.528,04 pontos.
Às 10h50, o Ibovespa caía 1,00%, aos 114.411,81 pontos, após ceder para os 113 mil pontos. Na mínima, atingiu 113.688,06 pontos, depois da realização de um leilão de linha do Banco Central (BC), com oferta de até US$ 3 bilhões, no qual vendeu o total da oferta.
Após iniciar o dia com queda generalizada das 73 ações que integram o Ibovespa, no horário citado acima, sete subiam, com destaque para alta 1,94% de Marfrig ON e de 1,73% de Braskem PNA. Dentre as baixas, Gol PN cedia 2,25%.
Caso esse cenário de baixa na B3 prevaleça até o encerramento dos negócios, a Bolsa brasileira terá seu primeiro desempenho negativo para janeiro em quatro anos. A última vez que fechou o primeiro mês do ano em queda foi em 2016, de 6,79%. Até o momento, acumula declínio de 3,40%.
“Dado o mau humor lá fora, acredito que será difícil o Ibovespa ter algum alívio. Temos poucos indicadores internos para sair, e a preocupação com a dinâmica da economia mundial e doméstica continua”, observa Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM. Às
A taxa de desemprego na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), atingiu 11% no trimestre finalizado em dezembro, com o nível médio encerrando 2019 em 11,9%. Ambos os resultados ficaram em linhas com as medianas no levantamento do Projeções Broadcast.
Já o trabalho informal atingiu o maior nível em quatro anos. Conforme o IBGE, o contingente de pessoas desocupadas ficou em de 12,6 milhões, no ano passado, 1,7% a menos do que em 2018. Porém, na comparação com o menor ponto da série, quando atingiu 6,8 milhões em 2014, a população sem trabalho quase dobrou, crescendo 87,7% em cinco anos.
Na Europa, os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro e da Itália decepcionaram. O PIB espanhol, por sua vez, cresceu. Na Alemanha, as vendas no varejo sofreram uma acentuada queda de 3,3% em dezembro ante novembro. Os dados de atividade aqui e lá fora devem ser monitorados especialmente neste momento em que há incertezas relacionados aos efeitos da epidemia de coronavírus sobre as economias.
Os fracos dados de crescimento da zona do euro se contrapõem à tendência de recuperação dos mercados asiáticos, após a OMS ter declarado que não são necessárias restrições ao comercio por causa do novo Coronavírus na China, cita em nota a MCM.
Além disso, fica no radar a disputa técnica em torno da definição da última taxa Ptax de janeiro, que pode influenciar ações relacionadas à moeda.
Autor: Maria Regina Silva
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