Economia
Bolsa fecha em baixa de 0,94%, a 115.384,84 pontos, com Powell e coronavírus
Com perda de força das ações em Nova York, o Ibovespa acentuou o ajuste negativo na hora final de negócios e fechou o dia não distante da mínima da sessão, tendo o coronavírus ainda como catalisador das preocupações globais. O principal índice da B3 encerrou em baixa de 0,94%, a 115.384,84 pontos, oscilando entre mínima de 115.163,75 e máxima de 117.171,28 pontos. Na semana, acumula agora perda de 2,53% e retorna a terreno negativo no acumulado do mês (-0,23%). O giro financeiro totalizou R$ 20,0 bilhões.
Em Nova York, os três índices mantinham ganhos em torno de 0,5% durante a maior parte da entrevista coletiva do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, mas passaram a neutralizar o avanço perto do fim da fala do dirigente e encerraram o dia em torno da estabilidade. Powell afirmou que o surto internacional do coronavírus é uma “questão muito séria” e terá “impactos na economia da China” no curto prazo. E que a doença, além de prejudicar a economia do país asiático, poderá também afetar o nível de atividade global.
Após ter conseguido recuperar ontem parte da perda de 3,29% da primeira sessão da semana, o Ibovespa caía moderadamente ao longo da maior parte da sessão desta quarta-feira, 29, mas acentuou o movimento de realização por volta das 17h20, indo às mínimas do dia. Na ausência de catalisadores domésticos que pudessem sustentá-lo, o Ibovespa se inclinou a novo ajuste negativo.
“Os primeiros balanços da temporada, de Cielo e Santander, não confirmaram aquela euforia do fim do ano passado. Então, com o coronavírus ainda inspirando cautela, o mercado aproveita para realizar (lucros)”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença. “O mercado está olhando um pouco mais para dentro, esperando balanços ou indicadores domésticos que deem um impulso adicional. Assim, o que sobra por enquanto é alguma notícia corporativa que dê direção para um papel ou outro, e o coronavírus”, acrescenta.
Tendo retomado a linha de 117 mil pontos nos primeiros 15 minutos da sessão, para então mudar de direção e iniciar declínio até mínima parcial pouco depois das 12h, o Ibovespa conseguiu se firmar nos 116 mil pontos à tarde, enquanto o mercado, aqui e no exterior, aguardava a decisão de política monetária do Fed e, particularmente, a percepção de Powell sobre o momento econômico em meio ao coronavírus.
Por aqui, o mercado de ações se manteve descolado de Wall Street durante a maior parte da entrevista de Powell, com as ações de bancos, em particular, acentuando um pouco as perdas do dia após o comunicado do Fed e durante a fala de seu presidente, em dia de balanço em linha com o esperado para o Santander Brasil.
Na coletiva, Powell disse haver alguns sinais de que o crescimento global esteja se estabilizando. “Se houver mudança estrutural em perspectivas, estamos prontos para responder”, observou o presidente do Fed, mencionando entre as incertezas sobre o cenário econômico “as relacionadas ao coronavírus”. “O objetivo é manter a taxa dos Fed Funds na faixa (atual), mas ajustaremos se preciso”, disse o presidente do Fed.
Autor: Luís Eduardo Leal
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