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Proposta de Maduro de antecipar eleições é ‘cinismo’, diz Guaidó
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, o líder opositor Juan Guaidó, afirmou nesta terça-feira, 21, que a proposta do presidente venezuelano, Nicolás Maduro para antecipar as eleições legislativas no país é “puro cinismo e não vai resolver a crise” que assola o país.
Na segunda-feira, 20, Maduro propôs antecipar as eleições para a Assembleia Nacional, dominada pela oposição. As eleições parlamentares estavam previstas para 2020. O chavista, no entanto, não deu detalhes nem determinou uma data específica, dando a impressão de a declaração ser mais um desafio aos opositores do que uma medida efetiva. Maduro lançou o desafio durante um ato no Palácio de Miraflores pelo aniversário de um ano de sua reeleição à presidência, boicotada pela maioria da oposição, considerada fraudada por Guaidó e não reconhecida pela maior parte da comunidade internacional.
A Assembleia atual, de maioria opositora, foi eleita em 2015 e seu mandato de cinco anos termina em dezembro do próximo ano. Maduro desafiou o resultado em 2017 e convocou eleições para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC), uma entidade que seria superior hierarquicamente à Assembleia Nacional. O chavismo ganhou as eleições e a ANC é controlada por apoiadores de Maduro.
“Na Venezuela todos nós sabemos qual é o problema, todos nós sabemos o que nos arrastou aqui foi simplesmente não assegurar eleições justas, transparentes e livres”, disse Guaidó em um discurso na Assembleia.
“É cínico sugerir que está disposto a submeter-se a uma eleição quando ele roubou todo o processo em 2018”, acrescentou Guaidó, referindo-se às eleições de maio do ano passado, quando Maduro foi eleito em eleições consideradas fraudulentas pela oposição e diversos governos.
A grave crise na Venezuela já obrigou 3,7 milhões de venezuelanos a deixarem o país, o que representa 11,6% da população, e a maioria deles precisa de proteção internacional para refugiados, informou nesta terça-feira, 21, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). A agência pediu que outros países não os deportem. (Com agências internacionais)
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