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Laudo aponta que Rayane foi morta por asfixia e teve pescoço quebrado
A adolescente Rayane Paulino Alves, de 16 anos, achada morta depois de sair de uma rave em Mogi das Cruzes, cidade da região metropolitana de São Paulo, foi assassinada por asfixia mecânica causada por estrangulamento. A causa da morte foi confirmada pelo primeiro laudo da perícia, entregue nesta terça-feira, 7, à Delegacia de Homicídios, que investiga o caso.
O laudo aponta que o corpo apresenta uma fratura no osso hioide do pescoço da jovem, causada provavelmente pelo golpe conhecido como “mata-leão”, que teria sido aplicado pelo autor confesso do crime, o segurança Michel Flor da Silva, de 28 anos.
De acordo com o delegado Rubens José Ângelo, que atua no inquérito, o osso quebrado no pescoço da vítima é indicativo de morte violenta. A perícia encontrou também hematomas e sulcos deixados na pele do pescoço pelo cadarço usado para enforcar Rayane.
O segurança contou ter tirado o cordão da bota da adolescente, usando-o para enforcá-la. Silva afirma que, antes de matar a jovem, teve relações sexuais consentidas com ela, mas, segundo o delegado, todas as circunstâncias apontam para estupro. Ângelo aguarda laudos complementares sobre vestígios de espermatozoides na vítima e o exame toxicológico.
Na noite de 20 de outubro, um sábado, Rayane havia saído de casa para ir a uma festa com duas amigas. O pai a deixou na casa de uma delas, mas a adolescente não voltou, nem deu notícias. As amigas disseram que a jovem se sentiu mal e decidiu ir embora antes. Ela teria saído sozinha e a pé do local.
O corpo da adolescente foi encontrado oito dias depois em uma área de mata, no bairro Lambiri, em Guararema, no interior paulista. No celular da jovem, encontrado à margem do km 170 da Via Dutra, havia uma ligação para o 190, da Polícia Militar.
Imagens de câmeras de segurança e uma caneta achada próxima do corpo levaram a polícia ao autor confesso do crime. Silva trabalhava como segurança na rodoviária de Guararema, para onde a garota foi levada por um motorista de aplicativo que a encontrou caminhando na estrada.
O segurança confessou ter se oferecido para levar a jovem até sua casa. Conforme o delegado, no caminho, o homem mudou o rumo e estuprou Rayane próximo do local onde o celular foi encontrado. Ela teria reagido e ele, que é capoeirista e lutador de artes marciais, aplicou o golpe que a deixou desmaiada.
Quando se livrava do corpo, na área de mata, ele teria percebido que a jovem ainda estava viva e usou o cadarço para asfixiá-la. Ao ser preso, dez dias após o crime, Silva confessou ter matado a jovem, mas negou o estupro.
O segurança alegou que a jovem “surtou” após ter consentido em manter relações sexuais e ameaçou denunciá-lo por estupro. Ela ainda o teria agredido com pontapés e, ao contê-la aplicando o golpe no pescoço, achou que a tinha matado e decidiu se livrar do corpo.
O segurança cumpre prisão temporária de 30 dias na cadeia de Mogi das Cruzes, mas deve ter a preventiva decretada e será transferido para um Centro de Detenção Provisória (CDP) ao final do inquérito.
Conforme o delegado, ele vai responder por homicídio com ao menos quatro qualificadoras – motivo torpe (a própria satisfação sexual), emprego de meio cruel (asfixia), sem dar chance de defesa à vítima, devido à desproporção de força física, e acobertamento de outro crime (estupro).
Ainda é analisado um possível agravante de feminicídio. Silva responderá também pelos crimes de estupro e ocultação de cadáver, podendo se condenado a até 60 anos de prisão.
O segurança é casado, tem um filho pequeno e não tinha passagens pela polícia. Até a manhã desta quarta-feira, 7, o segurança não tinha defensor constituído. Conforme a polícia, ele teve audiência com um advogado, que ainda não confirmou se atuará na defesa do acusado.
Autor: José Maria Tomazela
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