Política
Marina diz na CNA que País vive profunda crise, atenuada pelo agronegócio
A candidata à Presidência da República pela Rede, Marina Silva, iniciou sua participação na sabatina da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, nesta quarta-feira, 29, dizendo que o País vive uma “profunda crise” social, política e também de valores, por causa de erros políticos. Especificamente em relação à economia, ela disse à plateia de lideranças rurais que o rombo só não foi maior graças à contribuição do agronegócio, que deu uma “enorme” contribuição à balança comercial do País. “Acho que estar frente um setor que representa 44% das nossas exportações e tem uma contribuição enorme na geração de renda do nosso país é uma oportunidade muito grande”, afirmou a candidata.
A ambientalista elogiou o setor e falou sobre a evolução das lavouras no País, que avançaram em ganhos de produtividade, produzindo mais em áreas menores. “Vocês transformaram a safrinha de milho (segunda safra), na principal safra (do ano) dessa cultura”, disse. “Onde antes se cultivava apenas uma lavoura de soja ou milho, agora centenas de milhares de produtores cultivam uma lavoura de soja, seguida de uma lavoura de milho ou algodão e muitos ainda semeiam um capim braquiária e colhem uma ‘safrinha’ de boi gordo”, afirmou.
Ela citou também ganhos na pecuária e deu exemplo de fazendas que hoje criam mais cabeças de gado em um espaço menor: “Quando a gente usa a terra de forma inteligente, liberamos mais área para outro uso”, disse. “O problema é que existe grande desigualdade entre os produtores, o conhecimento ainda não é disponível a todos. Precisamos ajudar produtores que não têm acesso à tecnologia a ter.”
Marina mencionou ainda que, no Brasil, o seguro agrícola, “deixa muito a desejar” e que quer ampliar a questão. “Desejo também que esse benefício alcance os pequenos e médios produtores”, afirmou. “Estamos em um País que é possível combinar desenvolvimento com preservação da natureza”, continuou. “Podemos gerar milhares de empregos recuperando áreas degradadas.” Ela citou projetos, como a política do RenovaBio, de incentivo à produção de biocombustíveis, que, segundo ela, pode ajudar o País a se tornar não só uma potência agrícola, mas também energética.
“Sei que os senhores têm muitas dúvidas em relação à minha pessoa, mas não precisam ter medo de mim”, assinalou a candidata. “Quando a gente sabe o que está fazendo onde está pisando, fica mais fácil resolver os problemas.”
Marina foi questionada sobre os diferentes panoramas entre as eleições de 2014 e de 2018. “Quem é a pessoa que consegue estar preparada para aquela tragédia (a morte do então candidato pelo PSB, Eduardo Campos)? Fui candidata compulsoriamente. Era impossível fazer uma campanha sorrindo”, disse. Marina era vice de Campos, que morreu em um acidente aéreo no início da campanha, nas eleições presidenciais de 2014.
Ao fim da sua participação, Marina fez um elogio pontual a cada um dos principais partidos do País. Ao MDB, citou a “grande contribuição ajudando a recuperar a democracia”. Para o PSDB, o Plano Real e, para o PT, a transferência de renda. No entanto, ela disse que eles trocaram o projeto de País por projeto de poder. “Só estou aqui porque substituíram um projeto de País por um projeto de poder, eu vou entrar e só quero ficar quatro anos. Vou fazer uma reforma política para acabar com a reeleição”, afirmou Marina. “Apenas quatro anos, política de longo prazo no curto prazo dos políticos. É isso que o Brasil precisa”, completou.
Autor: Camila Turtelli
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