Política
Após dez mandatos, decano se aposenta e tenta eleger o filho
O decano da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiu se aposentar. Após dez mandatos como deputado estadual, o médico Antonio Salim Curiati (PP), de 90 anos, resolveu descansar e abrir espaço para a “renovação” política na Casa.
Isso não significa, porém, que o nome Curiati não aparecerá mais no painel de votação depois de 40 anos. Em outubro, ele tentará eleger como “sucessor” um de seus cinco filhos, o empresário Antonio Carlos Curiati (PP). “Ele é aplicado, carinhoso, sabe fazer política e passar a mensagem certa. Vai ter resultado favorável”, disse.
Colegas do parlamentar na Assembleia disseram que o deputado sempre foi um dos mais assíduos na Casa, marcada por sessões quase sempre esvaziadas. A idade avançada, contudo, dificultou a atuação parlamentar do político, que virou uma figura folclórica do Parlamento, desejando saúde a todos com quem cruza pelos corredores e distribuindo objetos religiosos.
Quando Curiati assumiu seu primeiro mandato na Alesp, em 1967, a sede da Assembleia ainda ficava no Palácio das Indústrias, que hoje abriga o Museu Catavento, no centro da capital paulista – desde 1968 o Parlamento fica no Ibirapuera, na zona sul paulistana.
Faz tanto tempo que Curiati nem se recorda mais quem era o governador à época – Abreu Sodré, da Arena, partido de sustentação do regime militar (1964-1985). “Não era o (Geraldo) Alckmin”, brincou o deputado, que nasceu em Avaré, no interior do Estado, mas fez carreira na capital sendo um dos mais fiéis aliados do deputado federal afastado Paulo Maluf (PP).
Curiati foi secretário de Promoção Social do governo Maluf (1979-1982) e depois indicado por ele para ocupar o mandato-tampão de prefeito da capital entre 1982 e 1983. Em 1991, voltou para a Alesp. Malufista assumido, sempre foi grato ao cacique. Em 2005, foi à carceragem da Polícia Federal em São Paulo levar quibes e quindins para Maluf, que estava preso.
Curiati integrou mais da metade das 18 legislaturas desde a reabertura da Alesp, em 1947, após a ditadura de Getúlio Vargas no Estado Novo (1930-1946). Em 40 anos, apresentou 483 projetos de lei. O primeiro, em março de 1967, para criar a Faculdade de Engenharia de Avaré, cidade onde nasceu. A proposta, porém, não avançou e foi arquivada em 2017.
O último, em dezembro de 2017, para classificar 20 municípios como de interesse turístico – este virou lei em maio deste ano. “Procurei fazer o melhor para população. Agora tenho de ter tranquilidade e dar oportunidade para os outros.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Fabio Leite
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