Política
‘Não sou contra reforma trabalhista, sou contra esta reforma’, diz Ciro
O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, amenizou nesta terça-feira, 17, em reunião com empresários na Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), na capital paulista, seu discurso em relação à reforma trabalhista. Ciro afirmou que não se opõe uma reforma, mas que é contrário à matéria aprovada pelo governo de Michel Temer. O pedetista, que anteriormente havia prometido revogar o texto caso vença as eleições 2018, disse que, ao falar em “revogar”, fez uso de um “cacoete de professor”. “Não sou contra reforma, sou contra esta.”
“Essa reforma trabalhista, sem embargo de coisas boas, tem problemas. Ela trouxe ao mundo uma insegurança jurídica e insegurança econômica, e isso destrói o capitalismo. O meu compromisso é trazer essa bola de volta para o centro do campo e recolocar a discussão”, disse o ex-governador do Ceará. “Da proposta aprovada, 10% são coisas aberrantes. Você acha que sindicalismo critica o negociado sobre o legislado? Não, falam da situação da grávida em ambiente insalubre”, disse.
O presidenciável declarou ainda que seu compromisso com os sindicatos foi apenas de recolocar a discussão e disse achar razoável recolocar a possibilidade de uma contribuição sindical em acordos entre empregados e trabalhadores.
Na busca por alianças com legendas do centro, Ciro tem procurado reorientar seu discurso. No final de semana, combinou com lideranças do ‘Centrão’ que seus assessores econômicos iriam sentar para ajustar as propostas, principalmente na área econômica. A primeira reunião aconteceu nesta terça-feira, segundo um dos economistas que o assessora, Mauro Benevides.
Ao falar sobre sua política para investimentos, o pedetista disse ainda que pretende rever o teto de gastos para excluir os investimentos, a educação e a saúde. Ciro citou a experiência como governador do Ceará, onde seu governo fez um ajuste resguardando essas rubricas, e disse que é possível reproduzir isso no Brasil. “Minha maior urgência é fazer um ajuste fiscal severo. É melhor um sacrifício amargo agora porque aí viramos expectativas e o País pode pensar em crescer 5 pontos no ano seguinte”, defendeu.
Autor: Marcelo Osakabe
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