Política
Juíza prorroga prisão de ex-secretário de Alckmin e mais 6 na Pedra no Caminho
A juíza Maria Isabel do Prado, da 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo, manteve a prisão temporária de sete investigados na Operação Pedra no Caminho – investigação sobre supostos desvios de mais de R$ 600 milhões das obras do Rodoanel Norte. Na lista estão o ex-diretor-presidente da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) que também ocupou o cargo de secretário de Logística e Transportes Laurence Casagrande (governo Alckmin), o ex-diretor Pedro da Silva e o atual diretor da estatal paulista Pedro Paulo Dantas Amaral. A decisão atende a um pedido do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
Eles foram presos temporariamente, por cinco dias, na última quinta-feira (21). O prazo do esgotamento das temporárias se encerraria às 23h59 desta segunda-feira (25). Todos negam taxativamente envolvimento em irregularidades no empreendimento.
Segundo o Ministério Público Federal, a Pedra no Caminho mira crimes praticados por agentes públicos e empresários durante as obras do Rodoanel Viário Mário Covas – Trecho Norte e envolvem a suposta prática de corrupção, organização criminosa, fraude à licitação, crime contra a ordem econômica e desvio de verbas públicas.
As obras contaram com recursos da União, do Governo do Estado de São Paulo e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e foram fiscalizadas pela Dersa.
“As obras são divididas em seis lotes, tiveram início em 2013 e ainda estão em andamento. Apurações do Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) identificaram diversas irregularidades e superfaturamento de centenas de milhões de reais, por meio da celebração de aditivos contratuais desnecessários, visando a apropriação indevida de recursos públicos em prejuízo da União, do Estado de São Paulo e do BID”, afirmou a Procuradoria da República quando a operação foi deflagrada.
“Para maquiar o sobrepreço adotou-se a prática de jogo de planilhas, expediente comum em fraudes a licitações com muitos itens contratados de forma global, em que o licitante oferece preço acima do mercado para alguns itens e abaixo da referência para outros, de modo a colocar-se artificialmente como menor preço global. Esse expediente é comum em fraudes às licitações.”
Os investigadores afirmam que o “TCU constatou superfaturamento na casa dos R$ 33 milhões e manipulação proposital de quantitativos nos contratos, que acabaram por ocultar impacto financeiro consistente em acréscimos indevidos que somam mais de R$ 600 milhões”.
A reportagem está tentando contato com os citados. O espaço está aberto para as manifestações.
Autor: Julia Affonso e Fausto Macedo
Copyright © 2018 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
Mais lidas
-
1GRAVE ACIDENTE
Fisioterapeuta morre e filhos sobrevivem após colisão frontal entre carro e caminhão, em Marechal Deodoro
-
2ESCÂNDALO NO CSE
Áudio de Ibson Melo escancara crise no CSE: acusações contra Carlos Guruba agitam bastidores do clube; ouça o áudio aqui
-
3NESTE SÁBADO
Três pessoas morrem carbonizadas após colisão entre carro e carreta na BR-423, em Inhapi
-
4SUSPEITO
Polícia tenta confirmar participação de vereador do MDB na morte de ‘Alan da Casal’
-
5UCRÂNIA
Zelensky admite conversas com Rússia, mas somente se Ucrânia estiver 'fortalecida' e não sozinha