Variedades
Olhar crítico de Tendler sobre o sistema financeiro
Tempos atrás, o grande ensaísta Jean-Claude Bernardet disse que o cinema brasileiro era especialmente tímido no tratamento crítico de três temas: as Forças Armadas, o sistema financeiro e a mídia. Para provar que é exceção à regra, Silvio Tendler vem agora com este documentário sintomaticamente chamado de Dedo na Ferida, sobre o sistema financeiro.
Através de entrevistas com gente como David Harvey, Costa-Gavras e Maria José Fariñas, não deixa pedra sobre pedra. Toma partido de ideias anticapitalistas e vê a especulação como fonte dos males contemporâneos, a partir da bolha imobiliária americana que jogou o mundo todo numa crise econômica da qual ainda não saiu.
Através dos depoimentos, mas também de imagens e material de arquivo, procura demonstrar como somos dominados pelo fluxo incontrolado do capital. E de como a especulação caótica limitou até mesmo a autonomia dos Estados nacionais e sua capacidade de planejar. É um filme de tese, bem embasado, que assume seu lado e não tem medo de criticar o que existe de mais poderoso e intocável em nossos dias, o dogma absoluto da economia de mercado.
Dedo na Ferida
(Brasil/2017, 90 min.)Dir. de Silvio Tendler. Com David Harvey, Costa-Gavras, Maria José Fariñas
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Autor: Luiz Zanin Oricchio
Copyright © 2018 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
Mais lidas
-
1NA RUA COHAB NOVA
Mortes em Delmiro Gouveia: Polícia diz que foi homicídio seguido de suicídio
-
2PRISÃO
Polícia Civil prende estelionatário que aplicou golpes em várias construtoras de Alagoas
-
3A POLÍTICA COMO ELA É
Após a posse de Júlio Cezar no Governo do Estado, a pergunta é: quem herdará o comando da Secretaria de Governo de Palmeira dos Índios — e receberá as ordens por WhatsApp?
-
4JUSTIÇA
Esposa de Collor tem R$ 478 mil retirados da conta bancária para pagar dívida trabalhista, diz blogueiro
-
5POSSE COM ÔNIBUS E LANCHE DE GRAÇA DE PALMEIRA PRA MACEIÓ
Júlio Cezar deixa Prefeitura para assumir cargo estadual; ônibus e lanches para levar a plateia: quem pagará a conta?