Política
Bretas: ‘Temo que a Justiça Eleitoral seja usada para manutenção do status quo’
O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos casos da Lava Jato no Rio de Janeiro, criticou nesta segunda-feira, 7, a estratégia de políticos para saírem da mira da operação e encaminharem seus casos para a Justiça Eleitoral.
Bretas participou em Brasília do Fórum Democracia Euro-Brasileiro, na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O juiz federal participou de um painel sobre o combate do Judiciário à corrupção. “A Justiça eleitoral é especializada, mas precisamos reconhecer que ela não tem estrutura necessária para enfrentar algumas situações”, avaliou Bretas.
O juiz federal destacou que os juízes eleitorais são temporários e não são de dedicação exclusiva. Além disso, frisou que o corpo técnico da Justiça Eleitoral é especializado, mas os juízes eleitorais, não.
Sem citar nomes de políticos, Bretas afirmou que “o sonho de alguns acusados é levar (os seus casos) à Justiça Eleitoral”. “A ideia é criar um caminho que não leve a lugar nenhum, fingir que a coisa vai para a frente e que a punição será efetiva”, completou, ressaltando que na esfera eleitoral as penas são baixíssimas.
“Eu temo que a Justiça Eleitoral seja usada para a manutenção do status quo, para que tudo isso que esteja sendo investigado não seja efetivado”, alertou Bretas.
Na abertura do painel, Bretas ressaltou que “o Poder Judiciário precisa ouvir as ruas” e observou que não se pode generalizar a classe política.
O juiz federal também comparou os crimes de corrupção a genocídios, ao sustentar que eles “têm efeitos coletivos”.
Autor: Rafael Moraes Moura
Copyright © 2018 Estadão Conteúdo. Todos os direitos reservados.
Mais lidas
-
1MÁ ADMINISTRAÇÃO
João Campos e JHC, prefeitos tiktokers recorrem a empréstimos milionários para cobrir rombo de gestões
-
2ATO LIBIDINOSO
Segundo a Polícia Civil, homem flagrado fazendo sexo na praia de Ponta Verde é policial judiciário do Ceará
-
3CRONICA ESPORTIVA DE ALAGOAS EM LUTO
Morre, de infarto fulminante, o radialista e Bacharel em Direito palmeirense, Arivaldo Maia
-
4PREDADORES DO PODER
Como dinastias políticas transformam municípios alagoanos em presas de seus interesses
-
5COMUNICAÇÃO
Com emoção, o palmeirense Arivaldo Maia se despede do rádio alagoano